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Ars Gratia Artis: O Lobo

Embora celibato

Sua paixão inconstante alimentava o pecado.

Impregnado de hipocrisia

Era a pureza em si que ele vendia.

Mas o grito da carne em chamas

Clamava por liberdade e desejo.

Era o pecado que ele abraçava

Para escapar da dor e do receio.

Caiu no abismo da própria mentira

Na fuga insensata de sua contenda.

Era tão profano como se dizia

E o celibato não era mais sua emenda.

No desespero deste vício

Buscou refúgio na dor do arrependimento.

Gritou ao céu por um resgate

Por um amor que lhe trouxesse alento.

Com lágrimas de redenção

Saiu da prisão da inconstância.

Renunciou o caminho sem direção

E encontrou a paz na sua concordância.

Ainda luta contra as tentações,

Mas agora tem um coração verdadeiro.

Não esconde mais suas imperfeições

Não se camufla em pele de cordeiro.

Andressa Pacheco Bulhões

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RESPIRARTE - 07 JAN 25