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O Cantador de Histórias: Uma serenata, uma escada e um violão esquecido

Era uma tarde quente de janeiro de 2025, e Fredi Jon, acompanhado por sua produtora, Fernanda, chegava à casa de Dona Ana Maria. O local, um antigo casarão transformado em hostel, exalava história e charme. Porém, o acesso à sala principal tinha seu desafio: uma longa escada externa, íngreme e perigosa, que apenas a “diretoria” tinha acesso.

— Essa escada é o teste de resistência para se chegar ao bunker kkkkkk                        

Ao subirem a escada com cuidado, foram recebidos pelo calor humano da festa. A sala estava cheia de filhos, netos e amigas de Dona Ana Maria, que, aos 90 anos, era a personificação da alegria e sabedoria. Seu Roberto, falecido há anos, ainda vivia nas histórias contadas ali. Ele fora um cenógrafo brilhante, conhecido por sua criatividade e humor. Transformava qualquer objeto em um cenário mágico ou em uma piada inesquecível.

— Olha, se Seu Roberto estivesse aqui, já teria me colocado como parte de algum cenário! Quem sabe um músico mecânico num carrossel?                                                     

A sala explodiu em risos, e Dona Ana Maria, com os olhos marejados, respondeu:

— Ah, meu filho, se ele estivesse aqui, você já teria saído daqui pedalando num cavalo de pau musical!

As músicas preencheram o ambiente de emoção. Fredi intercalava canções com reflexões sobre o tempo, o amor e a importância de celebrar a vida. A cada pausa, surgiam histórias divertidas de Seu Roberto: o dia em que transformou uma cadeira de balanço em um “simulador de ondas” ou quando Seu Roberto transformou uma poltrona velha num foguete cenográfico e aterrorizou o cachorro da vizinha.

Quando a apresentação terminou, Fredi e Fernanda se despediram, desceram a escada com cuidado e entraram no carro. Porém, antes de partirem, Ricardo, filho de Dona Ana, correu até eles.

— Espera aí! Onde vocês pensam que vão? não podem ir embora sem cantar os parabéns!                                                                                                                                    De volta à sala, Fredi pegou o violão e liderou um “Parabéns a Você” vibrante, com improvisos musicais que fizeram todos rirem e cantarem ainda mais alto. Após mais conversas e gargalhadas, Fredi finalmente foi embora… sem o violão.

Já no quarteirão de casa, o celular tocou. Era Ricardo:

— Fredi, seu violão ficou aqui no sofá! Mas não se preocupe, vou incorporá-lo ao cenário. Está com uma plaquinha: “Propriedade de um seresteiro esquecido”.

Rindo, Fredi voltou ao hostel. Decidiu transformar o imprevisto em oportunidade, ligando a câmera para uma live. Na live, Fredi refletiu:

— Hoje, percebi que a vida é como essa casa: cheia de histórias, um engraçado cenário para a vida e desafios como a escada maluca. Dona Ana e Seu Roberto nos ensinam que, no final, o mais importante não é o que criamos, mas as memórias e o amor que deixamos, a certeza de que a música e a alegria sempre encontram um jeito de ficar.

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