Jornal DR1

Feminicídio zero no carnaval

Foto: Divulgação

Evento aconteceu na Cidade do Samba

O Ministério das Mulheres selou na última sexta-feira (07/02) a chegada da mobilização nacional pelo Feminicídio Zero ao Carnaval do Rio de Janeiro. A ação, que conta com a parceria do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), foi marcada por um evento na Cidade do Samba.

Em seu discurso, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reforçou a importância e a visibilidade que o Carnaval irá trazer, para o Brasil e o mundo, à mensagem de conscientização para enfrentar a violência contra meninas e mulheres. “No Carnaval, não estaremos apenas na Sapucaí, estaremos nas quadras das escolas de samba, conversando com a comunidade, com as pessoas que produzem essa grande festa, sobre a importância de eliminar a violência contra as mulheres”, disse.

No período do Carnaval, peças da campanha “Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada” serão expostas em diversos espaços do Sambódromo da Sapucaí, com paineis, faixa na avenida carregada por mulheres, adesivos nas portas dos banheiros e distribuição de materiais gráficos, impactando uma estimativa de mais de cinco milhões de espectadores que passarão pelo espaço, considerando os dias de ensaios técnicos.

“Queremos, junto com as escolas de samba e com a população, mudar a realidade do Brasil, que ocupa o quinto lugar no ranking mundial de feminicídio”, continuou a ministra. A intenção, lembrou Cida Gonçalves, é transformar o Carnaval em um momento não apenas de celebração, mas também de reflexão, incluindo os homens nessa luta.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que enfrentar a violência contra a mulher também é uma questão de saúde pública. “Mas não cabe só a nós, que trabalhamos na saúde, no SUS, lidar com o impacto da violência. Nós falamos muito sobre as salas lilás, sobre o acolhimento que devemos dar à mulher, mas o papel da saúde é também se somar à prevenção. Então não queremos ter necessidades de novas salas de atendimento”, defendeu.

Estamos aqui para reafirmar o compromisso da Fiocruz na luta contra qualquer tipo de violência, qualquer que seja, mas especialmente a violência contra as mulheres”, afirmou durante o evento o presidente da Fiocruz, Mario Moreira. “O Carnaval é uma potência cultural, uma festa nacional e também uma oportunidade importante de trazer para o debate nacional a questão da violência contra as mulheres. Os números assustam e são inadmissíveis”, salientou, colocando a instituição à disposição da causa.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lembrou da irmã, Marielle Franco, vereadora assassinada em março de 2018, e de como ela lutava pelo “Não é Não”. “E a gente segue aqui reafirmando a nossa luta, a gente segue cada vez mais lutando para que toda e qualquer mulher desse país seja livre da maneira que ela bem entenda, mas que seja respeitada”, destacou.

A deputada federal Benedita da Silva disse que a campanha é também um compromisso do presidente Lula no combate a qualquer tipo de violência contra a mulher.

“Não tem maior momento de congregação de brasileiro e brasileira que não seja o Carnaval, o maior espetáculo da Terra. E essa campanha nesse espetáculo é fundamental”.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, presente no evento,  aponta o valor pedagógico da campanha.

“Já tivemos muitos avanços, mas ainda vivemos uma situação dramática e é muito importante e parabenizo a ministra Cida por fazer essa campanha no meio do samba e do futebol. O Brasil não é um país exótico. É espetacular e assim deve ser tratado. Com respeito às mulheres e a todos”.

Para a deputada federal Daniela do Waguinho a iniciativa é muito importante.

“O Brasil tem o momento fantástico que é o Carnaval e é preciso essa campanha, essa consciência de uma festa de respeito e alegria, para que não venha permitir nenhum tipo de violência contra as mulheres. Quero parabenizar a ministra Cida, o presidente Lula que abraça essa causa e que a gente venha unir forças com iniciativa privada, sociedade e todos contra a violência e feminicídio”

Carla Pinheiro, presidente do conselho empresarial de mulheres da Firjan conta que a instituição foi uma das primeiras a apoiar a campanha.

“A gente acompanha desde que era apenas uma ideia da ministra, a Firjan foi uma das primeiras instituições a apoiar e a gente acredita que nenhuma mulher deve ser morta ou agredida pelo simples fato de nascer mulher. Temos papel primordial e fundamental no desenvolvimento econômico e social desse país e para isso precisamos de mulheres vivas”.

As mensagens da campanha lembram que o Carnaval é um momento de festejar, livre de assédio, e que enfrentar e interromper a violência contra a mulher é papel também dos homens. Outro destaque da campanha é reforçar, em todas as peças, a divulgação da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, disponível também no WhatsApp (61) 9610-0180.

Confira também

Nosso canal

RADIO DR1 - RESPIR ARTE - 25 FEV 25