Do circo à TV, a história do comediante que marcou gerações com seu talento e carisma.
Oriundo de uma família de artistas circenses e ciganos, Dedé nasceu em São Gonçalo no dia 29 de abril de 1936, filho de Oscar Santana, o “Palhaço Picolino”, e da contorcionista Ondina Santana. Segundo o próprio, seu nome de batismo, Manfried, foi uma homenagem de seus pais a um alemão que doou sangue para sua mãe pouco antes do seu nascimento. Como seu irmão caçula, Dino, não conseguia pronunciar seu nome, ganhou dele o apelido “Dedé”.
Estreou em seu primeiro espetáculo com apenas três meses de vida, atuando ao lado de sua mãe na peça A Cabana do Pai Tomás. Nos picadeiros, Dedé fez de tudo, tendo atuado como palhaço, acrobata, trapezista, domador de elefantes e chegando até a estrelar o “Globo da morte”. Nesta fase, chegou a interpretar o palhaço Arrelia no próprio circo do palhaço, que ocupava-se gravando seu programa, o Circo do Arrelia.
Chegou a trabalhar numa confecção pela manhã e interpretou Arrelia na matinê à noite. Com habilidade para fazer o público rir, certa vez chegou atrasado para o espetáculo e esqueceu de pintar o rosto, levando o público ao delírio e ganhando a alcunha de “Palhaço de Cara Limpa”. Dedé também chegou a trabalhar como engraxate, verdureiro, ajudante de mecânico, além de ter estudado contabilidade.
O início da carreira artística foi extremamente difícil para Dedé. Quando jovem, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro tentar a sorte no cinema, chegando a passar fome em vários momentos.
Ficou aproximadamente seis meses dormindo nas calçadas de Copacabana durante o dia, e andando à noite para que a polícia não o prendesse. Suportou essas privações, pelo simples fato de não querer voltar para a casa derrotada. Como não conseguia entrar para o cinema, acabou por aceitar um emprego de faxineiro em um teatro.
Na primeira oportunidade, passou a trabalhar como contrarregra. Certo dia, o ator principal de uma peça faltou e não havia ninguém para substituí-lo. Como havia comentado no teatro que já havia trabalhado em circo, o diretor propôs a ele que tentasse interpretar o personagem.
Em decorrência de seu talento, sua atuação foi considerada excelente, tornando-o ator fixo da peça. O espetáculo fez um enorme sucesso e foi agraciado com o prêmio de “Melhor Comediante de Teatro” em 1961. Nesse mesmo ano, iniciou sua carreira cinematográfica no filme Rio à Noite.
Foi com Renato Aragão, na Excelsior, que iniciou o grupo de comediantes e humoristas que lhe viria a dar fama, Os Trapalhões. Como Dedé é de formação circense, ensinou muitas piruetas e movimentos de circo a Didi na época que eram uma dupla.
Ao lado de Mussum, Didi e Zacarias e de diversos artistas do elenco da Globo, como Roberto Guilherme, Tião Macalé e Carlos Kurt, participou de várias edições do Criança Esperança, de 1986 até 1996.] Criado em 1986, foi exibido ao vivo direto do antigo Teatro Fênix, durante o especial que comemorou os 20 anos d’Os Trapalhões, em 28 de dezembro de 1986, na Rede Globo. Também comemorou os 25 anos de Os Trapalhões com Mussum e os 30 anos de Os Trapalhões com Didi no Criança Esperança.