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Lisa Cook, primeira mulher negra a integrar o Fed, contesta afastamento anunciado por Trump e diz que demissão é ilegal

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economista Lisa Cook, primeira mulher negra a compor o Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed), contestou nesta terça-feira (26/08) o afastamento de seu cargo anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em declaração pública, Cook afirmou que a medida é ilegal e reforçou que continuará exercendo suas funções no banco central americano.A decisão de Trump foi divulgada por meio de postagem nas redes sociais, em que o republicano alegou “falta de confiança na integridade” da diretora e mencionou acusações relacionadas a hipotecas.

O gesto foi visto por analistas como mais uma investida presidencial contra a independência do Fed, instituição historicamente protegida de interferências políticas diretas.

Nomeada em 2022, Lisa Cook fez história ao se tornar a primeira mulher negra a integrar a cúpula do banco central dos EUA. Sua chegada representou um marco de representatividade e reconhecimento acadêmico, após uma trajetória sólida em economia e políticas públicas. Professora da Universidade Estadual de Michigan, economista da Universidade de Oxford e doutora pela Universidade da Califórnia, Berkeley, Cook se destacou por suas pesquisas sobre os impactos da discriminação na economia americana e sobre como recessões atingem de forma mais severa as populações pobres.

Além da carreira acadêmica, Cook acumula experiência internacional. Poliglota, fala cinco idiomas, incluindo o russo, e é especialista em desenvolvimento. Atuou na recuperação de Ruanda após o genocídio de 1994, experiência que moldou sua visão sobre a responsabilidade dos economistas em contextos de crise.

“Essa experiência me convenceu da enorme responsabilidade que os economistas têm”, afirmou em uma de suas falas públicas, destacando que utiliza fontes de dados não tradicionais para ampliar a compreensão sobre desigualdade e crescimento.

O impasse abre uma disputa inédita sobre os limites da autoridade presidencial em relação ao Fed. Até agora, Cook mantém a posição de que segue legalmente no cargo, enquanto o governo Trump insiste em sua saída.

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