Líderes de partidos do Centrão na Câmara dos Deputados assinaram nesta quarta-feira (3) um requerimento de urgência para acelerar a tramitação de um projeto de lei que dá ao Congresso Nacional o poder de destituir presidentes e diretores do Banco Central (BC).A medida ocorre em meio ao aumento das pressões políticas sobre a autoridade monetária, especialmente após a análise do processo de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), que depende do aval do BC.Pelo regimento da Câmara, o requerimento de urgência permite que o projeto pule etapas como a análise em comissões temáticas e vá direto ao plenário. O texto ainda não tem data definida para votação, mas, segundo parlamentares ouvidos reservadamente, há expectativa de que o tema seja pautado nas próximas semanas.Atualmente, presidentes e diretores do Banco Central têm mandato fixo e só podem ser afastados em casos específicos, como decisão judicial ou pedido do próprio governo, com aprovação do Senado. A proposta do Centrão busca ampliar a influência do Legislativo sobre a instituição, que ganhou autonomia formal em 2021.Parlamentares da base governista afirmam, nos bastidores, que a iniciativa está relacionada à insatisfação com a postura considerada “resistente” do BC em relação a decisões de impacto político e econômico. A demora no aval para a compra do Banco Master pelo BRB, sancionada por lei pelo governo do Distrito Federal em agosto, é vista como um exemplo de atrito.O movimento acendeu um alerta entre economistas e especialistas em regulação financeira, que consideram que mudanças nas regras de estabilidade da diretoria do Banco Central podem abalar a confiança do mercado e gerar insegurança jurídica.O Ministério da Fazenda ainda não se pronunciou oficialmente sobre o requerimento. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não confirmou se pretende pautar a urgência de imediato, mas aliados dizem que o tema está entre as prioridades do bloco.





