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Megaoperação expõe rede bilionária de lavagem de dinheiro ligada ao PCC

Mat 01 megaoperação-Foto-Reprodução-G1 (1)

Além da facção, investigação revela envolvimento de cinco grupos criminosos em esquema com postos de combustíveis e fintechsA megaoperação deflagrada na semana passada contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) revelou que a facção não atua sozinha no bilionário esquema de lavagem de dinheiro. Segundo a força-tarefa, outros cinco grupos criminosos estavam associados ao PCC em atividades que iam desde a adulteração de combustíveis até a abertura de empresas de fachada. O objetivo era claro: transformar recursos ilícitos do tráfico de drogas e armas em lucros aparentemente legais.Grupo Mohamad: cartel de combustíveis adulteradosEntre os grupos identificados, o chamado Grupo Mohamad se destaca pela complexidade da estrutura. Liderado por Mohamad Hussein Moura e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, o braço criminoso operava em toda a cadeia de produção de combustíveis. Incluía usinas de cana-de-açúcar, distribuidoras, formuladores, empresas químicas, postos, lojas de conveniência e até padarias.Integrantes do grupo, muitos deles familiares de Mohamad, são acusados de fraudar bombas de combustíveis, adicionando metanol à gasolina e ao etanol, prática que aumentava os lucros de forma ilegal e colocava em risco a saúde da população. Segundo os investigadores, o grupo montava uma espécie de cartel no setor e mantinha conexões diretas com traficantes de drogas e armas do PCC.Grupo Ricardo Romano e Potenza: lavagem e sonegaçãoOutro núcleo criminoso revelado é o Grupo Ricardo Romano e Potenza. O empresário Ricardo Romano é apontado como peça-chave na lavagem de dinheiro por meio de postos de combustíveis e redes de conveniência. Ele também é investigado por participação em esquemas de sonegação fiscal, utilizando laranjas para ocultar a verdadeira origem de seu patrimônio.A Potenza Atacadista, empresa ligada a Romano, funcionava como fachada para esconder os reais beneficiários de lojas de conveniência voltadas exclusivamente para lavar dinheiro. Um de seus sócios, Gilvan Ferreira, já possui condenação por associação ao tráfico de drogas, reforçando a conexão direta entre o grupo e o PCC.Operação contínuaAs autoridades afirmam que as investigações continuam e que novos desdobramentos podem revelar ainda mais ramificações do esquema. O que já se sabe é que a operação expôs uma rede sofisticada, diversificada e bilionária, capaz de integrar diferentes setores da economia legal para sustentar o crime organizado.

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