Maria Lúcia tinha assistido a uma apresentação da trupe da Serenata em um centro espírita que frequentava, gostou muito do que viu e resolveu que, no aniversário do marido, iria fazer uma surpresa para ele. Maria Lúcia combinou tudo com Fredi e, na virada do dia 25 para o dia 26 de fevereiro, queria uma serenata “raiz” para o marido. Sim, ela queria que, à meia-noite, os músicos tocassem para ele, que assistiria tudo da janela do quarto do casal.
E assim foi feito. Na hora marcada, nossos músicos chegaram à ruazinha tranquila da zona norte. Eram casas geminadas, e do outro lado da rua havia uma espécie de laje. Os músicos tiveram a ideia de subir ali, já que a rua era estreita e pensaram que ficaria melhor cantar praticamente na mesma altura da janela. Subir naquele lugar já foi uma odisséia; a cantora, com seu vestido longo grudado, teve de ser praticamente puxada, e o saxofonista então, kkkk, andou engordando, a calça estava justíssima e quase não conseguia levantar as pernas.
Os três estavam se preparando na laje quando, de repente, perceberam uma movimentação na janela ao lado da casa de Maria Lúcia. Era um casal “bem animado”, se é que vocês me entendem… Os músicos ficaram um pouco constrangidos, mas não tinham o que fazer; já era meia-noite, então começaram a cantar. Maria Lúcia apareceu na janela ao lado do marido; o homem, muito emocionado, abraçava a esposa, enquanto na janela ao lado o bicho pegava. Gritinhos eram ouvidos, e nossos músicos tentavam cantar mais alto. Nesse momento, todas as janelas ao redor já estavam abertas; era difícil saber se estavam apreciando a serenata ou o desempenho do casal ao lado.
A serenata estava terminando; a última música estava sendo cantada quando, de repente, a mulher do quarto ao lado começou a gritar desesperadamente: “Mais forte, tigrãooooooo!” Aí não deu para aguentar; a cantora caiu na risada, e o saxofonista, vendo a cena, começou a rir também, enquanto o casal da homenagem estava morto de vergonha… E o outro casal? Continuaram no rala e rola total, sem tempo ruim. Nossos músicos, rindo e comentando a situação, estavam descendo da laje quando, de repente, se ouviu aquele som: “Rasggg!” O saxofonista não sabia o que fazer; a calça dele abriu todinha. O coitado ficou de cuecas no meio da rua, enquanto nossa cantora quase teve um ataque de tanto rir. É, gente, acontece de tudo em nossas serenatas; até o mais inusitado não escapa, kkkk



