Projeto busca integrar o movimento cultural às escolas municipais, reduzir evasão escolar e fortalecer a economia criativa ligada ao Hip-Hop
Aprovação e próximos passos
No dia 17 de setembro de 2025, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, em 2ª discussão, o Projeto de Lei nº 2827-A/2024, que cria o Programa Hip-Hop nas Escolas. A proposta, que agora segue para sanção ou veto do prefeito, tem como objetivo inserir elementos da cultura Hip-Hop no ambiente escolar, estimulando a criatividade dos estudantes e promovendo a permanência dos jovens na rede pública.
O que é o programa
O Programa Hip-Hop nas Escolas prevê a implementação de atividades pedagógicas que dialoguem com os quatro elementos centrais da cultura Hip-Hop — MC (rima), DJ, breakdance e grafite— em projetos educacionais e comunitários. A proposta busca ir além do entretenimento: trata-se de reconhecer o Hip-Hop como ferramenta de aprendizado, de expressão artística e de construção de identidade.
Entre as atividades previstas, destacam-se as Batalhas Educacionais de Rima**, nas quais estudantes poderão desenvolver habilidades de improviso e criatividade, abordando temas do cotidiano escolar, questões sociais e desafios comunitários.
Objetivos do projeto
O programa se estrutura a partir de quatro metas principais:
Diminuir a evasão escolar**, aproximando a escola da linguagem e da realidade da juventude.
Estimular a troca de experiências** entre alunos, professores e artistas ligados à cultura Hip-Hop.
Promover a economia criativa, valorizando artistas e produtores culturais locais.
Reconhecer o Hip-Hop como patrimônio cultural, parte da identidade e da história da cidade do Rio de Janeiro.
Segundo os autores da proposta, a medida busca dar protagonismo aos estudantes e valorizar saberes populares, em especial os da juventude negra e periférica, que historicamente encontram no Hip-Hop um espaço de voz e de resistência.
Origem e relevância
A aprovação do projeto é fruto de demandas vindas dos territórios e de diálogos com coletivos de cultura e movimentos sociais. A proposta reconhece o Hip-Hop como um instrumento pedagógico capaz de engajar estudantes, criar conexões entre a escola e a comunidade e valorizar formas de expressão muitas vezes marginalizadas.
Na visão de seus apoiadores, o Hip-Hop representa muito mais do que música ou dança: é um movimento que articula identidade, política e inclusão. Por isso, sua presença nas escolas municipais é vista como uma oportunidade de **formar cidadãos mais críticos, conscientes e criativos**.
Impactos esperados
Caso seja sancionado, o programa deverá aproximar a educação formal da realidade cultural vivida por milhares de jovens cariocas. Além de potencializar o aprendizado, a iniciativa pode contribuir para a geração de renda e empregos ligados à economia criativa, fortalecendo artistas locais e estimulando parcerias com escolas.
O reconhecimento institucional do Hip-Hop também tem um impacto simbólico importante: legitima uma cultura nascida nas periferias urbanas e reafirma seu papel na construção de uma cidade mais diversa, inclusiva e plural.
Um passo adiante
Com a aprovação na Câmara, o Programa Hip-Hop nas Escolas chega ao momento decisivo: a análise pelo prefeito. Caso receba a sanção, o Rio de Janeiro poderá se tornar referência nacional ao adotar a cultura Hip-Hop como ferramenta de educação e transformação social dentro da rede pública.
Em resumo, a medida aprovada é vista como um avanço no reconhecimento da potência cultural e pedagógica do Hip-Hop e abre espaço para que a escola se torne, cada vez mais, um ambiente de trocas, criatividade e pertencimento para as novas gerações.