O governo do Rio de Janeiro lançou uma ofensiva permanente para eliminar barricadas do crime organizado em diferentes municípios da Região Metropolitana. Levantamento do Estado identificou 13.604 pontos de obstrução instalados por facções, bloqueios que prejudicam a circulação de milhões de moradores, dificultam operações de segurança e reforçam o controle territorial dos grupos armados.
A ação será realizada em parceria com as prefeituras. Nesta segunda-feira (17), o governador Cláudio Castro se reúne com os prefeitos das cidades envolvidas para definir responsabilidades e organizar o cronograma de execução do plano.
“Temos georreferenciados mais de 13 mil pontos de barricadas na capital, na Baixada Fluminense e no Leste Fluminense. Nesta segunda-feira, vamos nos reunir com os prefeitos para dividir tarefas com eles. Chamei todos os prefeitos da Região Metropolitana, de todos os matizes”, afirmou Castro.
Embora o problema seja generalizado, o governo aponta São Gonçalo e São João de Meriti como áreas de maior criticidade. Nessas regiões, a disputa entre grupos criminosos ampliou o número de vias bloqueadas, alterou rotas e afetou diretamente o trânsito. Em outras áreas, como na Avenida Brasil, uma barricada montada próximo à estação de BRT Vigário Geral fechou o acesso à comunidade do Quitungo, impactando motoristas e moradores.
A ofensiva não se limita à liberação das ruas. O plano prevê a remoção completa da infraestrutura criminosa, incluindo estacas de ferro, entulhos, valas, cabos, carcaças de veículos e barris de cimento usados para impedir a entrada de viaturas. Segundo Castro, o apoio das prefeituras será essencial para o transporte desse material:
“Por isso, as prefeituras serão importantes, sobretudo com caminhões para tirar esse material. Valas também serão aterradas. Vamos colocar concreto na mesma hora”, detalhou.
A operação terá inicialmente 50 equipamentos, como retroescavadeiras e tratores, cedidos por diferentes secretarias. A Polícia Militar ficará responsável pela segurança das equipes durante as ações.
Castro afirmou ainda que as ações serão contínuas até o fim de seu mandato e que qualquer tentativa de reconstrução dos bloqueios terá resposta imediata:
“Quem botar barricadas de volta vai receber, no dia seguinte, uma visita do Bope e da Core”, disse.
As barricadas são consideradas um dos principais instrumentos de controle territorial das facções, dificultando patrulhamentos e impondo restrições aos moradores. Em setembro, dois policiais militares do 17º BPM ficaram feridos por explosivos instalados em uma barreira na comunidade do Barbante, na Ilha do Governador, reforçando o alerta sobre o uso de artefatos improvisados.
Com a operação permanente, o governo pretende recuperar vias ocupadas pelo crime, ampliar a mobilidade nas comunidades e reduzir o poder de atuação de grupos armados que moldam o cotidiano de várias regiões do Rio.



