A operação contra Grupo Fit envolve a Refinaria de Manguinhos e apura esquema bilionário de sonegação que, segundo as autoridades, movimenta irregularidades no setor de combustíveis há vários anos. Deflagrada nesta quinta-feira (27), a ação cumpre mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal, alcançando 190 alvos, entre pessoas físicas e empresas. O grupo ocupa a segunda posição entre os maiores devedores do estado do Rio, acumulando mais de R$ 13 bilhões em dívidas.

Coordenada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo, a operação tem participação da Receita Federal, Ministério Público paulista, secretarias de Fazenda estadual e municipal, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo e polícias Civil e Militar. No Rio, agentes estiveram na Refinaria de Manguinhos, enquanto equipes também atuaram em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Distrito Federal.

A avaliação das autoridades é que o grupo Fit — anteriormente conhecido como Refit — se manteve por anos por meio de um esquema que, segundo os investigadores, funcionava “do porto ao posto sem pagar imposto”, envolvendo fraude aduaneira, evasão fiscal e manobras que permitiam operar no mercado sem quitar tributos. O grupo é classificado como devedor contumaz, categoria destinada a contribuintes que, de forma recorrente e intencional, se dedicam à inadimplência tributária. Os débitos totais podem ultrapassar R$ 25 bilhões.

A refinaria está interditada desde setembro, quando a ANP determinou a suspensão das atividades após identificar suspeitas de irregularidades na importação e na comercialização de combustíveis. A operação desta quinta-feira tem como objetivo ampliar as investigações sobre o suposto esquema que, de acordo com os órgãos envolvidos, coloca em risco o equilíbrio concorrencial e causa prejuízo bilionário aos cofres públicos.