O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SindhRio) e a Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro (AHERJ) alertam para o agravamento da crise na assistência aos beneficiários da Unimed no estado. Mais dois prestadores de serviços notificaram oficialmente a operadora de plano de saúde que não terão mais condições financeiras de prestar atendimento a pacientes. Na última sexta (28), o Hospital Geral Prontonil, localizado no bairro Califórnia, Nova Iguaçu, suspendeu por tempo indeterminado todos os atendimentos de emergência adulto e pediátrico de beneficiários da Unimed FERJ em intercâmbio com a Unimed Nova Iguaçu. Essa medida entrou em vigor por conta de inadimplência nos pagamentos devidos pelos atendimentos. O hospital esclarece que prestação de serviços a beneficiários da Unimed Nova Iguaçu permanece, no entanto.
Já a clínica de diálise Gamen, localizada no Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, notificou oficialmente que não terá mais condições financeiras de manter, a partir de 9 de dezembro de 2025, o tratamento de cerca de 45 pacientes renais crônicos atendidos três vezes por semana na unidade. Trata-se da principal unidade especializada em diálise infantil no estado do Rio de Janeiro.
A clínica já havia suspendido novas admissões de pacientes da Unimed nos últimos meses. A dívida acumulada junto à Unimed Ferj soma aproximadamente R$ 600 mil, valor que se soma a débitos anteriores negociados e não pagos desde a assunção da carteira de beneficiários da Unimed-Rio, estimados em mais de R$ 1 milhão.
Esses não são casos isolados. Hospitais e redes hospitalares como Rede D’Or, Rede Casa e Grupo Prontobaby também interromperam, total ou parcialmente, o atendimento a beneficiários da operadora diante do cenário de inadimplência prolongada.
SindhRio e AHERJ alertam que o estrangulamento financeiro dos prestadores no Rio de Janeiro, acumulado desde 2015, quando a Unimed-Rio entrou em regime de direção fiscal pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), levou o sistema a um ponto crítico. Sem pagamento do passivo, sem garantia de recebimento do presente e sem previsibilidade futura, clínicas e hospitais estão impossibilitados de continuar operando.
A crise já não é apenas institucional ou financeira. Ela atinge diretamente pacientes crônicos, crianças em tratamento contínuo, atendimentos de emergência e famílias que correm risco real de desassistência.
SindhRio e AHERJ cobram da Unimed, da ANS e dos órgãos de controle transparência sobre o passivo acumulado, definição objetiva de responsabilidade entre Unimed-Rio, Unimed Ferj e Unimed do Brasil, e a apresentação imediata de um plano emergencial que evite a interrupção de tratamentos vitais.



