Macário Ramos Júdice Neto é investigado por vazamento de informações sigilosas e teve histórico de acusações envolvendo fraudes judiciais
Preso nesta terça-feira (16) durante a Operação Unha e Carne, da Polícia Federal, o desembargador Macário Ramos Júdice Neto, de 59 anos, voltou ao centro das atenções por um histórico marcado por investigações e afastamentos. O magistrado é suspeito de vazar informações sigilosas relacionadas à operação que resultou na prisão do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias.
Antes do episódio atual, Macário já havia enfrentado um longo período longe da magistratura. Em 2005, quando atuava como juiz da 3ª Vara Federal de Vitória, no Espírito Santo, ele foi afastado do cargo por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), após a abertura de um processo criminal.
À época, o magistrado foi investigado por suposta participação em um esquema de fraudes em decisões judiciais, com indícios de ligação com grupos envolvidos na exploração de jogos de azar e máquinas caça-níqueis no estado. As apurações levaram ao seu afastamento, que se estendeu por 17 anos, período incomum na trajetória de membros do Judiciário.
A prisão desta semana reacende o debate sobre controle, transparência e responsabilidade no sistema judicial brasileiro. A Polícia Federal segue investigando se houve uso indevido do cargo para beneficiar investigados, além de possíveis conexões entre agentes públicos e esquemas criminosos.
O caso permanece em apuração, e o desembargador deverá prestar esclarecimentos às autoridades nos próximos dias.



