Jornalista e comentarista que transformou a avenida em espaço de história, identidade e consciência social

Haroldo Costa foi um dos mais importantes jornalistas e comentaristas do carnaval brasileiro, reconhecido por seu trabalho pioneiro na valorização da cultura negra, do samba e das escolas de samba como expressões centrais da identidade nacional. Nascido no Rio de Janeiro, em 1930, construiu uma trajetória marcada pelo compromisso com a informação, a memória cultural e a representatividade, tornando-se referência absoluta quando o assunto era carnaval e cultura popular.

A voz que ensinou o Brasil a ler o carnaval

A projeção nacional de Haroldo Costa veio principalmente por meio da televisão, onde atuou como comentarista de carnaval em grandes emissoras. Com linguagem clara, postura elegante e profundo conhecimento histórico, ele ia além da descrição dos desfiles. Explicava enredos, símbolos, cores e personagens, conectando cada apresentação às raízes africanas e à formação social do Brasil. Seu trabalho ajudou o público a compreender o carnaval como um fenômeno cultural, político e histórico, e não apenas como espetáculo.

Paralelamente à atuação na mídia, Haroldo Costa se destacou como escritor, pesquisador e intelectual. Publicou obras fundamentais sobre a cultura afro-brasileira, o samba e a diáspora africana, contribuindo para o reconhecimento dessas manifestações como patrimônio cultural. Seus livros e estudos foram decisivos para ampliar o debate sobre identidade negra, memória histórica e desigualdade racial no país.

O legado de Haroldo Costa permanece presente na forma como o carnaval é analisado e narrado atualmente. Ele deixou como herança uma visão mais profunda, crítica e respeitosa da maior festa popular do Brasil, influenciando gerações de jornalistas, pesquisadores e comunicadores. Mais do que comentar desfiles, Haroldo Costa ajudou a preservar e contar a história do samba e da cultura brasileira com rigor, sensibilidade e compromisso social.