A educação é mais do que um direito constitucional — é a base sobre a qual se constrói uma sociedade justa, produtiva e verdadeiramente democrática. No Brasil, onde as desigualdades educacionais se entrelaçam com a exclusão social, discutir educação de qualidade é discutir o futuro do país. E, em tempos eleitorais, é também avaliar com seriedade o que os candidatos propõem para transformar esse cenário.
O artigo 205 da vigente Carta Magna estabelece que “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família, promovida e incentivada com a colaboração da sociedade.” Esse princípio orienta a formulação de políticas públicas que devem garantir acesso, permanência e qualidade em todos os níveis de ensino. No entanto, a realidade ainda está distante desse ideal: escolas sem infraestrutura, professores desvalorizados, evasão escolar crescente e um abismo entre o ensino básico e o mercado de trabalho.
A legislação eleitoral, por meio da Lei nº 9.504/1997, exige que os candidatos registrem seus programas de governo, permitindo ao eleitor analisar com antecedência as propostas para áreas essenciais como educação. Assim, cabe ao cidadão perguntar: como os candidatos pretendem melhorar a educação básica, especialmente nas regiões mais vulneráveis? Quais políticas serão adotadas para valorizar os professores, garantir formação continuada e remuneração digna? Como será ampliado o acesso ao ensino técnico e superior, com foco na empregabilidade e na inovação?
Igualmente, é fundamental discutir a integração entre educação e tecnologia, a inclusão digital, a equidade racial e de gênero nas escolas, e o fortalecimento da gestão democrática nas unidades de ensino. A educação não pode ser tratada como promessa genérica — ela exige planejamento, investimento e compromisso com resultados mensuráveis.
A valorização do professor, por exemplo, não se limita ao salário. Envolve respeito, formação, condições de trabalho e reconhecimento social. Sem professores motivados e bem preparados, não há educação de qualidade. E sem educação de qualidade, não há cidadania plena.
O acesso ao ensino técnico e superior, por sua vez, deve ser ampliado com políticas que dialoguem com as demandas do século XXI. O mundo do trabalho mudou, e a escola precisa acompanhar essa transformação, preparando jovens para profissões do futuro, para o pensamento crítico e para a participação ativa na vida pública.
Portanto, ao se aproximar das eleições, é essencial que o eleitor olhe para a educação como prioridade. Não apenas como bandeira de campanha, mas como compromisso de longo prazo. O voto consciente é aquele que entende que investir em educação é investir em segurança, saúde, economia e democracia.
Educação de qualidade não é utopia. É escolha política. E o futuro do Brasil começa na sala de aula.



