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Polícia prende suspeitos de golpes na COP 30 em operação interestadual

Foto: Divulgação Policia
Civil

A Polícia Civil prendeu, nesta sexta-feira, cinco pessoas suspeitas de envolvimento em golpes na COP 30, conferência climática da ONU realizada em Belém. Entre os detidos estão dois cidadãos italianos. As prisões ocorreram em Pernambuco, onde o grupo operava remotamente, apesar de os crimes terem como alvo principal turistas que buscavam hospedagem na capital paraense.

A ofensiva, batizada de Operação Check Out, foi coordenada pela Delegacia de Proteção ao Turista (DPTUR) do Pará, com apoio da Polícia Civil de Pernambuco. Mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridos em imóveis localizados na Região Metropolitana do Recife e no litoral sul do estado, incluindo as cidades de Recife, Paulista e Ipojuca.

De acordo com as investigações, o grupo se aproveitava da alta demanda gerada pela realização da COP 30 para aplicar golpes na COP 30 por meio de anúncios falsos de aluguel de casas e apartamentos. As ofertas eram divulgadas em plataformas digitais e utilizavam imagens de imóveis de alto padrão em Belém para atrair turistas brasileiros e estrangeiros, incluindo representantes diplomáticos.

— Os alvos criavam anúncios falsos em plataformas de aluguel de imóveis. Para garantir o sucesso da ação policial, foi estabelecida uma força-tarefa de inteligência entre as duas polícias, permitindo a localização precisa dos alvos — afirmou o delegado Guilherme Gonçalves, titular da DPTUR, em depoimento à polícia.

Segundo a Polícia Civil, os dois italianos presos integravam o núcleo responsável por negociar diretamente com vítimas estrangeiras. Eles tentavam convencer os interessados a realizar transferências bancárias antecipadas como forma de garantir reservas inexistentes. O golpe só era percebido quando os turistas chegavam a Belém e constatavam que os imóveis anunciados não existiam ou não estavam disponíveis.

Durante a operação, além das prisões, foram apreendidos celulares, tablets, cartões bancários, procurações e escrituras de imóveis. Segundo os investigadores, o material indica indícios de lavagem de dinheiro. A Justiça também determinou o bloqueio de contas bancárias utilizadas para receber os valores desviados, que somam mais de US$ 500 mil, cerca de R$ 2,7 milhões.

As apurações indicam que, embora os crimes estivessem relacionados a golpes na COP 30 em Belém, toda a estrutura logística e financeira da quadrilha funcionava a partir de Pernambuco. A integração entre as polícias dos dois estados foi considerada decisiva para o avanço da investigação.

— Essa operação demonstra que não há fronteiras para a atuação da Polícia Civil. A troca rápida de informações entre a DPTUR do Pará e a nossa equipe de inteligência, aqui, em Pernambuco, foi decisiva para localizarmos e prendermos todos os integrantes dessa associação criminosa — afirmou a delegada Ana Catarine Cavalcanti, titular da DPTUR de Pernambuco, em declaração oficial.

O material apreendido será submetido à perícia para dimensionar a extensão do esquema e identificar possíveis novos integrantes. A polícia também trabalha para viabilizar o ressarcimento das vítimas. Os presos foram encaminhados às unidades policiais locais, e as prisões foram comunicadas à Justiça do Pará.