Trajetória, feitos e legado de um dos grandes educadores do Brasil
Miguel González Arroyo é um dos mais importantes educadores e intelectuais da educação brasileira contemporânea. Nascido na Espanha, Arroyo construiu sua trajetória acadêmica e política no Brasil, país onde se naturalizou e ao qual dedicou décadas de estudo, militância e produção intelectual voltadas à defesa de uma educação pública democrática, inclusiva e socialmente comprometida.
Professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Miguel Arroyo teve papel central na consolidação do pensamento crítico na educação, dialogando com correntes da pedagogia libertadora e com autores como Paulo Freire. Sua obra é marcada pela preocupação com os sujeitos historicamente excluídos do sistema educacional, especialmente crianças, jovens e adultos das classes populares, trabalhadores, camponeses, povos indígenas e populações periféricas.
Ao longo de sua carreira, Arroyo contribuiu de forma decisiva para o debate sobre currículo, educação de jovens e adultos (EJA), formação de professores e políticas públicas educacionais. Seus estudos questionam modelos tradicionais de ensino e defendem uma escola que reconheça as experiências, saberes e identidades dos estudantes como parte fundamental do processo educativo. Para ele, a educação deve ser um instrumento de emancipação, capaz de formar cidadãos críticos e conscientes de seus direitos.
Miguel Arroyo também teve atuação relevante na formulação de políticas educacionais, participando de conselhos, conferências nacionais e debates públicos sobre o direito à educação. Seu pensamento influenciou programas voltados à EJA e à valorização de trajetórias escolares interrompidas, reforçando a ideia de que a escola precisa se adaptar às realidades sociais dos alunos, e não o contrário.
Autor de livros amplamente utilizados em cursos de pedagogia e licenciaturas, como Ofício de Mestre e Imagens Quebradas, Arroyo deixou um legado intelectual que segue orientando educadores, pesquisadores e gestores. Sua trajetória representa o compromisso com uma educação humanizadora, crítica e transformadora, que reconhece a escola como espaço de luta por justiça social e dignidade humana.





