Fazer uma declaração bombástica e voltar atrás já virou rotina no atual governo. Mas, em que tratando da famigerada possível volta do CPMF (Imposto sobre Movimentações Financeiras), esse era um passo atrás mais que esperado. Pudera. A possível recriação do imposto foi rechaçada veementemente por Jair Bolsonaro na campanha para o Planalto e também depois de tomar posse no comando do Poder Executivo.
Vamos recordar? Em 19 de setembro de 2018, por exemplo, o então candidato a presidente postou no Twitter: “Ignorem essas notícias mal-intencionadas dizendo que pretendermos recriar a CPMF. Não procede. Querem criar pânico, pois estão em pânico com nossa chance de vitória. Ninguém aguenta mais impostos, temos consciência disso”, declarou. Agora, após a demissão do chefe da Receita Federal, Marcos Cintra, o presidente reafirmou, via redes sociais, que o imposto não volta. O povo brasileiro espera que não.
A população já paga um absurdo em impostos − diretos e indiretos − e não tem contrapartida à altura em benefícios. Segundo dados da Receita Federal, o Brasil é a segunda maior carga tributária da América Latina. Só perde para Cuba. Em 2018, a carga tributária equivaleu a 33,58% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), segundo estimativa divulgada no início de 2019 pelo Tesouro Nacional. E isso reverte em hospitais melhores, segurança nas ruas e em casa e comida farta à mesa? Não. Se o que vem de impostos pagos pelas empresas não é bem administrado para o país, o cidadão precisa ser ainda mais penalizado?
Haja paciência!