Jornal DR1

Moacyr Luz, uma obra sem fronteiras

Por Alessandro Monteiro

Carioca de 62 anos, criador e líder do Samba do Trabalhador, movimento de resistência cultural que está consolidado na geografia musical do país, Moa tem a cabeça fervilhando de ideias.

Mais conhecido como ‘Moa’ entre o meio artístico, possui nove CDs gravados trazendo em cada trabalho importantes referências à música brasileira. No primeiro, relançado em CD ‘Moacyr Luz 1988’, as participações de Raphael Rabello, Sivuca e Hélio Delmiro dão um caráter acústico e lírico às canções primeiras da dupla Moacyr Luz e Aldir Blanc. Em ‘Vitória da Ilusão’, uma fusão de ritmo traduz dez anos da parceria, reunindo ‘Medalha de São Jorge’, ‘Mico Preto’, ‘Saudades da Guanabara’ e ‘Flores em Vida (pra Nelson Sargento)’.

Autor de clássicos da música brasileira, como ‘Saudades da Guanabara’, ‘Coração Agreste’ e ‘Pra Que Pedir Perdão?’, Moa tem sua trajetória marcada por parcerias com alguns dos maiores nomes da música brasileira, poetas do quilate de Aldir Blanc, Martinho da Vila, Nei Lopes, Wilson Moreira, Wilson das Neves, Paulo César Pinheiro e Luiz Carlos da Vila, entre outros.

Após ver centenas composições suas virando hinos nas rodas de samba, ou entrando para o repertório de grandes intérpretes da MPB, como Maria Bethânia, Nana Caymmi, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Leila Pinheiro, Moa segue um ritmo de criação insaciável, que tem seu ponto alto em 2019. Com o olhar de quem já morou por toda a cidade do Rio de Janeiro, de Bangu ao Flamengo, do Méier a Copacabana, passando pela Tijuca e a Glória, Moacyr Luz conhece como poucos o dia a dia de uma cidade que se reinventa a todo o momento, para além da orla e do centro turístico.

Como compositor, é o autor de ‘Vida da Minha Vida’, música título do último CD do sambista Zeca Pagodinho, além de outras obras nos discos de Áurea Martins e Maria Bethânia.

Autor do samba enredo ‘Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?’, Moacyr Luz fez história no carnaval de 2018, emocionando a avenida e levando a G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti a um inédito segundo lugar no desfile das escolas de samba.

A composição ultrapassou as barreiras da avenida e virou um hit instantâneo em rodas de samba de todo o país. Em 2019, o artista volta à Marquês de Sapucaí como compositor dos sambas enredo da Paraíso da Tuiuti e Grande Rio, no grupo especial. Além da Renascer de Jacarepaguá, na série A. A autoria de três sambas enredo no mesmo carnaval é mais um feito inédito de Moacyr Luz na história da nossa música.

Com décadas de carreira e serviços prestados à cultura brasileira, Moa tem o devido reconhecimento dos mais diversos representantes e faixas etárias da classe artística do país. E tem sua imagem consolidada perante a opinião pública como umas das maiores referências da música popular brasileira.

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