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O movimento sindical precisa encontrar seu rumo histórico de defesa da classe trabalhadora

A revista Veja, em sua edição nº 2.678, de 18 de março desse ano, aborda de forma resumida a situação do movimento sindical, em particular das centrais sindicais, com o título “A mamata acabou”. A matéria fala da situação financeira caótica das entidades sindicais com o fim do imposto sindical.

Registra a matéria que “as receitas/arrecadação total da CUT caiu 80%, e que a contribuição obrigatória passou de 62.2 milhões em 2017 para 441.539 reais, e que há no Brasil 10.892 vinculados a 551 federações, 48 confederações e 6 centrais sindicais”.

Mais adiante, a matéria aborda a declaração do presidente da CUT, Sérgio Nobre, que afirma: “o impacto do fim do imposto sindical foi muito forte. O que temos de fazer numa situação dessas é cortar custos e buscar receitas novas. Estamos ampliando a sindicalização. Temos de trabalhar para recuperar nossa capacidade de financiamento”.

Essa matéria, sem dúvidas, espelha o que sobrou hoje do movimento sindical com a reforma trabalhista e o fim do imposto sindical. O que me causa surpresa são os atuais dirigentes sindicais, em particular os da CUT e de seus sindicatos e federações filiados, estarem perplexos e sem reação ao fim do imposto sindical e aos violentos ataque que vem sofrendo a classe trabalhadora.

A CUT, desde sua criação em 1983, sempre defendeu em sua essência, registrado em seus cadernos de teses (Congresso em Praia Grande), o fim do imposto sindical. Tanto que os sindicatos filiados devolviam a parte que lhe cabia do imposto aos trabalhadores − vide Sindicato dos Bancários de São Paulo −, lembrando que o imposto sindical era distribuído da seguinte forma: sindicatos (60%), federações estaduais (15%), confederações nacionais (5%) e Ministério do Trabalho e Emprego (10%) e centrais sindicais (10%).

Na verdade, muito embora defendesse o fim do imposto sindical, a CUT e demais centrais sindicais e sindicatos não se prepararam para sobreviverem sem esse famigerado imposto que manteve centenas de sindicatos pelegos (que nunca fizeram lutas em defesa dos direitos de seus trabalhadores).

A CUT em particular, que sempre defendeu o fim do imposto, o pluralismo sindical e a tese do negociado sobre o legislado, agora não está sabendo lidar com essa catastrófica situação que foi a reforma trabalhista e a reforma previdenciária. E vem aí a reforma sindical já anunciada aos quatros ventos. Com certeza absoluta, a reforma sindical que o governo irá implementar, em conluio com o Congresso e o Poder judiciário, vai exterminar com o pouco que restou de organização sindical.

O movimento sindical tem um papel preponderante na defesa dos interesses sociais, políticos e dos direitos dos trabalhadores. Precisa urgentemente unificar as forças para esse enfrentamento, principalmente agora diante do estrago que esta sendo feito por esse violento vírus que, além da levar a óbito dezenas de cidadãos, está dizimando empregos e a economia do país.

A hora é essa… “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”!

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