Jornal DR1

Preço dos combustíveis cai, mas os dos alimentos e do gás sobem

Por Sandro Barros

Você que vai ao mercado comprar comida certamente já sentiu no bolso os aumentos dos preços, mesmo nesse momento de pandemia. Isso é confirmado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através do seu Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), uma ‘prévia’ da inflação oficial. Os dados foram divulgados em 28 de abril.

De acordo com o instituto, o IPCA-15 variou -0,01% em abril, abaixo das projeções e indicando estagnação econômica. Também é o menor resultado para o mês desde o Plano Real.

Entre as 11 áreas pesquisadas, seis tiveram deflação. O índice variou de -0,52% (município de Goiânia) a 0,61% (região metropolitana do Rio). No cômputo geral, seis dos nove grupos tiveram deflação neste mês. Com -1,47% (após -0,80% em março), Transportes foi o grupo que teve a contribuição mais intensa: -0,30%. Só a gasolina (-5,41%) representou -0,27%. Somada ao etanol (-9,08%) e ao óleo diesel (-4,65%), o impacto foi de -0,35% no índice geral.

O IBGE apurou queda no seguro de veículo (-2,74%), transporte por aplicativo (-3,11%) e aluguel de automóvel (-7,68%). Depois de três meses em queda, as passagens aéreas subiram 14,83%. O ônibus urbano registrou alta de 0,36%, com impacto do reajuste ocorrido em Salvador.

Alimentos com forte alta

O grupo Alimentação e Bebidas passou de 0,35%, em março, para 2,46%, e representou 0,48% ponto percentual no IPCA-15. O item alimentação no domicílio subiu 3,14%. Entre os produtos em alta, o IBGE aponta cebola (35,79%), tomate (17,01%), batata inglesa (21,24%) e cenoura (31,67%). O preço da batata havia caído em março, enquanto a cenoura aumentou pelo quarto mês seguido e já acumula alta de 102,71% no ano. O preço das frutas aumentou 8,84% e o das carnes caiu 0,27%. Quanto a comer na rua, isso ficou 0,94% mais caro em abril, por causa do lanche (3,23%). Já a refeição teve um ligeiro acréscimo (0,05%).

No grupo de maior peso, Habitação, a variação foi de 0,12%, com altas de 0,82% no gás de botijão e de 0,28% na taxa de água e esgoto. A tarifa de energia elétrica teve variação média de -0,10%, mas com alta de 5,21% no Rio de Janeiro.

Com retração de 3,19%, o grupo Artigos de Residência representou -0,12% no resultado do mês. Depois de subir em março, os preços de eletrodomésticos e equipamentos e artigos de TV, som e informática tiveram quedas de 7,15% e 1,95%, respectivamente. Itens de mobiliário caíram 4%, enquanto aumentaram itens como roupa de cama (0,69%) e de banho (0,82%).

Devido à pandemia, o IBGE suspendeu a coleta presencial de preços em 18 de março. Desde então, a pesquisa é feita por meio de internet, telefone ou e-mail. O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 8 de maio.

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