A Lava Jato do Rio de Janeiro deflagrou, nesta quinta-feira (14), a Operação Favorito, que investiga contratos firmados por um grupo articulado de empresas que vêm prestando serviços terceirizados ao RJ há pelo menos 10 anos e que, com a pandemia, ampliou o rol de vantagens indevidas obtidas com o dinheiro público voltado aos serviços de saúde.
Segundo divulgado pela Polícia Federal, cerca de 120 agentes e auditores fiscais da Receita Federal cumprem 42 mandados de busca e apreensão e outros 05 de prisão preventiva no Rio e em Minas Gerais. Entre os presos, estaria o ex-deputado estadual Paulo Melo (MDB) e o empresário Mário Peixoto, dono de fornecedoras de insumos para os sistemas de saúde estadual e municipal do Rio de Janeiro.
“Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, em razão dos indícios da prática dos crimes de lavagem de capital, organização criminosa, corrupção, peculato e evasão de divisas.”, informou, em nota, a PF.
De acordo com as investigações, o grupo possuía diversas pessoas jurídicas, cooperativas de trabalho e organizações sociais que prestavam serviços aos governos do estado e da capital fluminense, e desviavam os recursos obtidos para agentes públicos envolvidos no esquema de favorecimento – como deputados estaduais e conselheiros do Tribunal de Contas do estado.
Como a investigação já avançada mesmo antes da pandemia, os agentes identificaram mais esquemas de enriquecimento ilícito devido à situação de calamidade de saúde pública no estado do Rio, decretado pelo governador Wilson Witzel (PSC) em março, que autoriza contratações emergenciais e sem licitação.
O Rio de Janeiro sofre com a falta de leitos e respiradores no Sistema Único de Saúde (SUS) e já contabiliza 18.728 casos confirmados de coronavírus e 2.050 óbitos ocorridos em decorrência da covid-19, a doença causada pelo vírus.