A expressão da vez é o “novo normal”. Precisamos nos adequar à nova realidade com precauções e protocolos sanitários, pois o coronavírus ainda está circulando entre nós.
Quando se fala em meio ambiente durante a pandemia, a máxima é que a “Terra está descansando dos humanos” em razão dos impactos antrópicos que promovemos ao meio natural.
A triste realidade é que, mesmo em meio à pandemia, vemos a elevação dos índices de desmatamento, principalmente na Amazônia. Estamos vendo terras e povos indígenas sendo dizimados. E assistindo à legislação ambiental sendo flexibilizada.
Afinal, como podemos contar com um novo normal ambiental?
O novo normal precisa ser socioambientalmente inclusivo. Grande parte da população, por exemplo, não tem acesso a saneamento básico. Essa é uma mazela anterior à pandemia e há anos bastante exposta.
O teletrabalho ou home office é uma tendência, mas há muitas atividades profissionais e educacionais que dependem da circulação de pessoas.
Nesse ponto, fica exposta outra mazela bem conhecida, que diz respeito ao transporte coletivo. O incentivo ao uso de transporte alternativo, como as bicicletas, depende de investimento em ciclovias. E já sabemos que o uso massivo de transporte convencional particular gera crise na mobilidade urbana e aumento de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.
O novo normal pede fiscalização às regras sobre resíduos e incentivos a novos modelos de reaproveitamento, com a utilização de materiais recicláveis. A adequação do comércio e serviços ao sistema de entrega reduz a circulação de pessoas, mas aumenta o número de resíduos relacionados às embalagens e sacolas plásticas.
O novo normal não pode retroceder e aceitar a ideia do desenvolvimento econômico a qualquer custo e apagar o que já conhecemos e conquistamos com o conceito de desenvolvimento sustentável.
O novo normal precisa ser ambiental.