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Para apoiar as mulheres vítimas da violência doméstica, nasce o Justiceiras

Por Sandro Barros

Em edição recente, o Diário do Rio divulgou que a violência doméstica aumentou durante a quarentena devido à pandemia da covid-19. Somente no Rio de Janeiro, o número de denúncias desse tipo de violência cresceu 50%. É quando a sua própria casa se tornou um lugar mais inseguro para estar, principalmente para as mulheres, pois agora os agressores estão lado a lado 24 horas por dia.

No entanto, o que muitos ainda não sabem é que, diante dessa triste realidade, surgiu uma iniciativa importante para acolher, orientar e apoiar meninas e mulheres em situação de violência doméstica ou familiar. Estamos falando do Projeto Justiceiras!

“O projeto nasceu a partir de alguns institutos, como o Justiça de Saias, que já trabalhavam dentro dessa corrente de solidariedade às vitimas da violência doméstica. E nasceu durante o distanciamento social, pois os casos desse tipo de violência, em todas as suas formas, cresceram exponencialmente. Então estes institutos resolveram criar uma espécie de força-tarefa. E o Projeto Justiceiras é isso mesmo: uma força-tarefa de voluntárias por todo o Brasil, reunindo somente profissionais mulheres de várias áreas, que disponibiliza serviços de forma totalmente gratuita”, diz a advogada Sabrina Campos, uma das voluntárias e que, como todas as outras, não recebe nada financeiramente por este trabalho.

A iniciativa possibilita uma orientação para que mulheres em situação de violência realizem, quando desejarem, o boletim de ocorrência online ou presencial, bem como o pedido de medidas protetivas. É uma rede de mulheres unidas para informar e, antes de mais nada, apoiar, fortalecer e encorajar as meninas e mulheres que estão em situação de violência doméstica. Além desses serviços, o Projeto Justiceiras também orienta mulheres quanto às suas dúvidas relacionadas às situações de violência doméstica nesse período de quarentena. Em resumo, o serviço abrange as áreas jurídica, médica, psicológica, assistencial, rede de apoio e acolhimento.

‘Mulheres ajudando mulheres’

Sabrina Campos, voluntária do projeto (Foto: Divulgação)

Outra atividade do Projeto Justiceiras é a sua contribuição para a redução do trânsito de mulheres vítimas de violência em ambientes públicos e ruas, a fim de evitar expô-las desnecessariamente ao risco de contágio do coronavírus, buscando oferecer o maior número de informações e apoio online sobre o tema, sem deixar que a violência contra a mulher seja esquecida ou subnotificada.

Sabrina Campos acaba por nos dizer a essência do Projeto Justiceiras. “Somos mulheres ajudando mulheres. Mulheres unidas em favor de mulheres. Mulheres que querem mudar a cultura de violência à mulher. Queremos fortalecer outras mulheres, dando-lhes voz e opção para que, dessa forma, possam buscar criar novos caminhos para saírem desse ciclo de violência”.

Para solicitar o atendimento, é bem simples: basta enviar uma mensagem por WhatsApp ─ (11) 99639-1212 ─, recebendo em seguida um link. Esse mesmo link dará acesso ao formulário de pedido de ajuda, que precisa ser preenchido. Em seguida o mesmo formulário é encaminhado para as voluntárias do projeto, que entram em contato com a solicitante o mais breve possível.

E muito importante: o Projeto Justiceiras garante que “todos os a dados fornecidos são preservados, mantidos em sigilo e utilizados exclusivamente para os fins do atendimento”. O projeto também tem um botão SOS no aplicativo Rappi.

 

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