Jornal DR1

Faça a sua parte: proteja vidas, inclusive a sua!

Por Sandro Barros

Muitos ainda não se deram conta de que vivemos uma catástrofe que assombra o mundo. Outros sabem disso claramente, mas optam por negligenciar essa realidade. E uma boa parte, felizmente, sabe que temos um sério problema devido à pandemia da covid-19, um grande desafio para a humanidade, e que só vamos superá-lo com união, trabalho, fé e determinação.

É preciso ter a consciência de que cientistas de todo o planeta estão trabalhando incansavelmente para descobrir uma vacina capaz de acabar com esse pesadelo em que se transformou o novo coronavírus. Enquanto não é criada uma vacina e a contaminação não é controlada, a recomendação de especialistas é a de que todos devem manter o distanciamento social.

Mas, lamentavelmente, muitas pessoas não levam a sério as recomendações de médicos e cientistas e se portam como se estivessem em férias. O triste exemplo que veio da Itália, onde as autoridades em princípio menosprezaram o poder de destruição do vírus − e agora paga um preço altíssimo por isso −, parece não ter sensibilizado uma parcela significativa da população.

Em diversas cidades brasileiras, inclusive o Rio de Janeiro, a flexibilização da quarentena, com abertura de alguns estabelecimentos comerciais, soou para muitos como se fosse um ‘grito de liberdade’, como se ir à rua, com uma parcela sequer usando máscara, fosse algo sem consequência. Assim, temos visto uma grande circulação de pessoas, inclusive em shoppings e nas orlas. Mas, ao não respeitar as recomendações dos especialistas, essas pessoas estão colocando em risco sua própria saúde, bem como a saúde de seus familiares e amigos.

Instinto de sobrevivência

Vivenciamos uma situação que não é fácil. Termos rompido a ‘normalidade’ bruscamente, distanciados da rotina de antes por meses, pode trazer um tipo de desespero emocional, afetando diretamente nosso comportamento. São dias e dias de privações, medos e ansiedades, durante os quais recebemos muitos estímulos negativos e poucos estímulos positivos. São reações humanas, sabemos disso.

No entanto, devemos considerar algo que, pelo menos por enquanto, parece ser unânime: o coronavírus está ganhando a ‘guerra’. Somente no Brasil são 1.344.143 casos confirmados e 57.622 mortes pela doença, segundo informações do Ministério da Saúde de 28 de junho. Então, manter o distanciamento social também é uma forma de preservar outra face da natureza humana: o seu instinto de sobrevivência.

Não atender as recomendações de se manter em quarentena também significa um desrespeito aos milhares de profissionais da área de saúde, que colocam suas vidas em risco em defesa da sociedade. É também ofensivo para outras categorias, como policiais, bombeiros, garis entre outras, que igualmente se arriscam no dia a dia.

Enfim, se desejamos vencer a covid-19 e construir um mundo melhor, mais justo e solidário, é fundamental seguir as recomendações dos cientistas. Temos − e devemos − cobrar dos governantes um total compromisso com o bem-estar da população, mas isso só não é o bastante. Cada um de nós precisa também fazer a parte que nos cabe. E você, está fazendo a sua?

Ficar em casa segue sendo o mais seguro

Estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tornou mais fácil identificar lugares onde, segundo pesquisadores, a chance de ser infectado pelo novo coronavírus é maior. Os resultados parecem comprovar o que já é protocolo sanitário em todo o Brasil: a residência é o lugar mais seguro para as pessoas neste momento.

A equipe de virologistas responsáveis pelo levantamento coletou amostras de lugares públicos de alta circulação na cidade de Belo Horizonte. O método utilizado foi parecido com os testes realizados para detectar a presença do vírus no organismo: o ‘swab’ ─ um tipo de cotonete alongado que, quando friccionado contra superfícies, coleta o material em repouso ─ foi usado em pontos de ônibus, corrimãos, entradas de hospitais e até mesmo bancos de praças. Das 101 amostras colhidas, 17 continham traços do novo coronavírus.

Matheus Westin, infectologista e professor de medicina da UFMG, a organização dos lugares em categorias de risco faz sentido. Ele explica que há três critérios básicos para avaliação de risco de locais públicos. “Para se avaliar o risco de um determinado local, levamos em consideração três elementos: o número de pessoas que podem portar a infecção, o nível de aglomeração esperado nos ambientes e a chance de haver pessoas com a infecção no local”.

O médico lembra ainda que objetos também podem ter partículas infecciosas inertes. Frutas, verduras, caixas e outros itens que ficam expostos podem carregar o vetor de infecção. O estudo classificou as áreas de risco de acordo com os três pilares sanitários identificados pelos médicos.

O estudo mostrou também que profissionais que trabalham na linha de frente de combate ao novo coronavírus estão muito mais suscetíveis ao contágio, já que a proximidade com infectados é inevitável. Segundo Westin, o investimento em equipamentos de proteção individual (EPIs) de qualidade é crucial, e pode definir se o profissional médico será contaminado ou não ao tratar pacientes.

O site da UFMG afirma que o estudo não pode ser considerado científico, mas que as evidências corroboram a escala de perigo de infecção.

Estudo da Uerj recomenda a suspensão da flexibilização social no estado do Rio

Pesquisadores na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) que integram o portal Covid-19: Observatório Fluminense, recomendaram, em 24 de junho, ao governo do estado do Rio a suspensão das medidas de flexibilização social, caso as taxas de óbitos e infecções por coronavírus permaneçam subindo.

A análise da 25° semana epidemiológica, compreendida entre 14 e 20 de junho, traz um alerta para os governos do estado e municípios. O relatório recomenda que haja investimento em testagem em massa para detectar casos assintomáticos e, dessa forma, reduzir a propagação do vírus. Além disso, o estudo aponta que se o aumento de casos persistir por muito tempo, “os efeitos em termos de mortalidade podem ser catastróficos”.

Para o professor Lisandro Lovisolo, um dos coordenadores do portal, os casos vão aumentar e será necessário tomar medidas de contenção novamente. “O movimento recente da epidemia na cidade do Rio de Janeiro indica que ela volta a ganhar força”. O professor analisou que a reabertura ocorreu de forma muito rápida. “Podia ter esperado um pouco mais”, revelou.

O estudo desenvolvido pela Uerj revela ainda que, caso o estado do Rio de Janeiro fosse considerado como um país, estaria hoje na sétima posição no ranking dos países, com uma razão de 511 mortos por milhão de habitantes, empatado com a Suécia. Segundo o relatório, a cidade de Niterói, na região metropolitana, apresenta a maior incidência de casos confirmados de covid-19 por 100 mil/habitantes. Já a capital fluminense lidera com o maior número de óbitos.

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