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ROSA, FAMA E METAMORFOSE: ENSAIOS PARA A POTÊNCIA HUMANA CRIATIVA

Produzido pela editora InMediares e organizado pela Doutora em Educação Adriana Doyle Portugal, “Rosa, Fama e Metamorfose: ensaios para a potência humana criativa” é uma coletânea de 26 textos escritos por Eduardo Alves de Carvalho e publicados pelo Observatório das Favelas, em formato de artigos, entre 2017 e 2018. Na ocasião, Eduardo era diretor na instituição, situada no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. A cabeça pensa onde os pés pisam: os textos são contribuições ao pensamento de quem está antenado nos giros globais mas em ação no seu bairro, escola, sindicato, comunidade. Em um dos textos, o autor articula Guerra e Paz de Tolstói com a figura da revolucionária socialista Rosa Luxemburgo, para alertar dos perigos da estética da guerra – do desejo de supressão e extermínio do outro, que permeavam as organizações políticas de seu tempo – “Repetir os erros do passado hoje, pode ser fatal”, pontua. O autor propõe em todo o livro a radicalização o processo de democratização, de constituição do comum, do diálogo e de convivência com a diversidade, tendo a democracia como estratégia fundamental.   Os textos são uma reflexão profunda e de grande relevância no contexto atual.

Como bem definiu Adriana Doyle: “Em tempos de retrocessos, a democracia se torna um valor necessário, pois é a garantia da existência das organizações da sociedade civil e de sua convivência histórica e social dentro da pluriversidade política, cultural, estética e, sobretudo, humana. Ampliar e aprofundar a democracia é tarefa central como suporte estrutural da nossa existência organizada e coletiva”. Na visão de Adriana, “os ensaios de Edu indicam também um caminho possível e necessário, o de um tripé sem o qual será muito difícil avançarmos: organizar, formar e agir”, enumera a educadora.

 

Foto: Divulgação

A ideia de reunir em um livro os ensaios escritos por Eduardo nasceu da vontade do autor de aguçar nas pessoas o desejo de saciar a sede de saber: “No momento atual em que vivemos, a leitura não tem sido um convite e o conhecimento parece não despertar energia de desejo nas pessoas. A imagem que predomina em meus olhos e sentidos é a de que vivemos em uma grande festa na qual a ignorância e a mentira são os principais personagens e dançam de mãos dadas. E é nesse contexto que surge este livro que substitui momentaneamente o computador de bolso, chamado de celular, entre sua mão e sua cabeça, ao menos por alguns minutos”, pontua o autor. Para Eduardo, a obra “é uma pequena e singela colaboração, com o objetivo de contribuir para pôr fim a essa festa aterrorizante e ampliar o estímulo para que, no palco principal da vida, esteja a potência humana criativa”.

O autor também falou sobre a expectativa com relação à obra: “Quero expressar ainda o meu desejo de que estas palavras estimulem a leitura e movimentem a energia para nossos desafios coletivos e contemporâneos, assim como agradecer a todos que me leem e que fazem parte desta história. Que todas nós, pessoas do nosso tempo, que estamos no mesmo barco e mesmo mar, compreendendo de modo diverso seus símbolos e significados, sejamos inundados pelo respeito à diversidade e construamos a mais intensa convivência, com amor, carinho e aprendizado com as diferenças”, deseja Eduardo.

Escrita apena em Português, a obra já está disponível para venda na página da editora Inmediares e da AmazonO livro também poderá ser adquirido durante o evento virtual – com o autógrafo do autor.

 

Eduardo Alves de Carvalho

Poeta, cientista social pela UFRJ, cursou Ciências Econômicas, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ. Com 16 anos, Eduardo já era secretário de juventude do Partido dos Trabalhadores – PT. Posteriormente, atuou como secretário de formação política do partido, junto aos diretórios municipal, estadual e nacional, sendo também da secretaria nacional. Foi da Teologia da Libertação e atuou na Juventude Operária Católica e em Pastorais. Em Brasília, foi assessor do Sindicato do Servidores Públicos Federais – SINDSEP-DF, por dois anos, e assessor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal – CONDSEF, por onze anos. Foi assessor do vereador Adilson Pires em seu primeiro mandato no Rio de Janeiro e foi chefe de gabinete do deputado estadual Marcelo Freixo, por seis anos. Foi coordenador da Escola Popular de Comunicação Crítica – ESPOCC e, nos tempos de produção destes ensaios, foi diretor do Observatório de Favelas, situado no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, atuando no Instituto Maria e João Aleixo – IMJA. Atualmente, Eduardo é coordenador pedagógico do projeto de formação política do Instituto Pensamentos e Ações para a Democracia – IPAD. A publicação de um livro de Eduardo, neste momento de sua vida, possui um valor simbólico imensurável. Sua trajetória brilhante e profundamente ética como intelectual orgânico da periferia e, sobretudo, na vida política, torna este livro um marco de sua trajetória, ainda viva, potente e criativa, apesar do contexto pessoal e das dificuldades que enfrenta diariamente por problemas de saúde.

Por Adriana Portugal

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