Por Cláudia Mastrange
(colaborou Luhan Alves)
Um ano como nunca se viu. Ninguém poderia imaginar, na virada para 2020, o que iríamos ter pela frente. A pandemia do novo coronavírus devastou o planeta, matou mais de 1,6 milhão e colocou em suspenso a vida na Terra. Muitas lágrimas, famílias destruídas, economias quebradas, empobrecimento ainda maior da população. A Ciência, posta à prova, fez sua parte: a vacina contra a covid 19 – nossa maior esperança para 2021 – ficou pronta em tempo recorde. Com esse cenário, o Brasil seguiu vendo casos de corrupção e uso ilícito das verbas púbicas, com políticos presos, gente superfaturando até nos serviços de Saúde, ora mais que essenciais; grandes devastações no meio ambiente e o desemprego atingindo índices alarmantes, assim como os assustadores casos de violência, feminicídio e racismo. Que 2021 seja um ano de cura e reconstrução!
A vida em tempos de pandemia
Foi em janeiro que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência global por conta da disseminação mundial do novo coronavírus. A cidade de Wuhan, na China, foi o epicentro do vírus, que em pouco tempo, tomou todos os continentes. Um grupo de brasileiros fez o primeiro seqüenciamento do vírus na America Latina. Em fevereiro foi confirmado o primeiro brasileiro infectado e, em março, a primeira morte, também de um homem em São Paulo. A OMS declara pandemia em março, quando a disseminação do coronavírus já atinge 135 países.
No Brasil, as medidas de isolamento e higienização se ampliam, os estados e municípios suspendem aulas e restringem atividades econômicas. O uso de máscaras é recomendado e passa a ser exigido por lei em junho. O Presidente Jair Bolsonaro lançou, em abril, o Auxílio emergencial, no valor de R$ 600,00 para socorrer trabalhadores autônomos, informais , microempreendedores, desempregados e a população de baixa renda.
O Brasil já contabiliza mais de 193 mil mortos com a pandemia o coronavírus e lançou em dezembro o Plano Nacional de Imunização, mas a Anvisa ainda não finalizou os processos de autorização para as vacinas, que já estão sendo aplicadas em mais de 40 países. O Ministério da Saúde garantiu, no entanto, que a vacinação começará, no máximo, até 10 de fevereiro.
O Brasil na luta contra a “gripezinha”
O ano começou com o Brasil repatriando brasileiros que estavam na China, epicentro do coronavírus. Após o Carnaval, começaram os casos de contaminação, enquanto o presidente Jair Bolsonaro declarava que era “apenas uma gripezinha”. Ele contraiu covid, em junho. Os embates na forma de informar e prevenir a população causaram a demissão dos Ministro Nelson Maldetta e, posteriormente, Nelson Teich.
Em abril, o ministro Sérgio Moro pede demissão e acusa Bolsonaro de interferir na Polícia Federal. O congresso cogita impeachment do presidente em junho e, na mesma semana, Fabrício Queiroz é preso. Flávio Bolsonaro é denunciado pela Ministério Púbico, em outubro. Novembro é marcado pelas eleições municipais em todo o Brasil e, em dezembro, é finalmente anunciado o Plano Nacional de Imunização. O IBGE divulga que o país tem 211 milhões de brasileiros.
Um Rio de corrupção
Ano muito difícil para o Rio de Janeiro, com a denúncia da existência de um esquema criminoso de corrupção e superfaturamento na área da Saúde em plena pandemia. O secretário de Saúde do Estado, Edmar Santos e outros da equipe foram presos e, em 28 de agosto, o STF afastou o governador Wilson Witzel, por suspeita de participar do esquema. O vice-governador, Claudio Castro, assumiu o governo do estado.
Enquanto isso, a cidade do Rio amarga o maior índice de mortes por coronavíirus, ultrapassando a marca de 25 mil mortos. Os leitos são insuficientes, salários dos servidores estão atrasados, os transportes sucateados e lotados em plena pandemia. Todo esse caos somado a um esquema criminoso de corrupção e extorsão que envolveu mais de R$53 milhões levou à prisão e afastamento do prefeito Marcello Crivella, apontado como líder da organização criminosa.. O presidente da câmara Jorge Felippe, assumiu o comando da cidade até a posse de Eduardo Paes.
Eleição de Biden e racismo pelo mundo
As eleições americanas marcaram o fim da era Trump, que contestou até o último voto a eleição de Joe Biden. Sua vice, Kamala Harris foi festejada como a primeira mulher negra a assumir a vice-presidência dos EUA. O país também explodiu em protestos com a morte de Jeorge Floyd, que ficou mais de oito minutos com um policial branco ajoelhado no seu pescoço. O movimento ‘Vidas Negras Importam ganhou’ o mundo e vários casos de racismo causaram revolta, como do brasileiro João Alberto, em um supermercado, no Brasil.
Consagração de Lewis Hamilton e despedidas
A pandemia mudou o mundo esportivo. Eventos realizados sem público, adiamento das Olimpíadas e muita tristeza, com a morte de ídolos como Kobe Bryant, Maradona, Paolo Rossi e a consagração do piloto britânico Lewis Hamilton, que se tornou o maior vencedor da história da F1.
Fora do mundo do esporte, tivemos que dar adeus também a muitas personalidades, como a radialista Daisy Lucidi, os atores Chadwik Boseman, Sean Connery, Chica Xavier, Cecil Thire, Nicete Bruno, Flavio Migliaccio e Eduardo Galvão, Tom Veiga; o cantores cantores Tunai, Moraes Moreira, Claudia Telles e Vanusa; o guitarista Van Halen e o escritor Rubem Fonseca, entre outros.
Queimadas na Amazônia e no Pantanal
Ano devastador. Recordes de queimadas nos biomas, possível retorno do Fundo Amazônia, maior exigência da rastreabilidade… Além das chuvas e alagamentos – causando mortes pelo país – e estiagens, eventos climáticos incomuns, como o ciclone bomba e a nuvem de gafanhotos, ambos no sul do país
No início do ano, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) alertou, para o risco maior de queimadas em 2020, o que se confirmou. As queimadas também atingiram o Pantanal, que registrou o maior aumento desde 1998 e teve grande perda de biodiversidade.
Que em 2021 o planeta supere a pandemia e a humanidade cuide melhor de todos os seres vivos e do meio ambiente.
Fotos: Reprodução