Jornal DR1

Anjos existem

 

Natal, época de fé. Quem tem fé, tudo alcança. Motivação que muitos encontram para seguirem em frente, em especial após um ano de pandemia e muitas tristezas.

Fé, esperança e amor. Assim nasceram sonhos, metas de Annie Caroline Praça Arcanjo, de 29 anos, hoje 3º Sargento do Corpo de Bombeiros. Iniciou a carreira na corporação aos dezoito,seguindo o exemplo do pai, Capitão da reserva, fez o juramento de “sacrificar a própria vida” para salvar o seu próximo, uma missão de amor.

Formada em engenharia civil, atualmente trabalha no Centro de Atividades Técnicas, no setor de prevenção de combate a incêndio urbano e pânico. E, neste dia vinte e cinco, foi promovida por “ato de bravura” por seu brilhante heroísmo.

O episódio se passou na folga de Annie Arcanjo, que estava em casa, e,foi ao resgate de vizinhos em meio a uma terrível enchente que transbordou o Ribeirão do Prata, pelos quais se arriscou a morrer no local de cabos e portões energizados.

Annie Caroline Praça Arcanjo é a primeira mulher promovida por “ato de bravura” em 109 anos de história do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, onde mulheres ocupam apenas 10% das vagas (o ato de bravura está descrito no Decreto Estadual 44.557/ 2007, na seção IV, artigo 21).

Recompensada por mérito de sua atitude altruísta, abençoou vários pela sua coragem e determinação, elementos principais no êxito da operação que deu a chance de recomeçar às vítimas da catástrofe natural.

Assim perseveram muitos no avançar de 2021. Aqueles que decidiram reter o que há de bom, sem permitir que dores e sofrimento ocorrido nesta pandemia lhes domine, apenas ensine. Os que diante do caos escolhem agir em benefício da restauração do equilíbrio, não admitem que o medo lhes controle, enfrentam-no em busca de dias melhores.

Se todos somos vulneráveis, nossa postura diante das adversidades é o que define quem sobrevive. A força da autoconfiança em prosseguir e conquistar é maior do que a das correntes impostas pela ausência de oportunidade.  Esta se faz por quem a persegue, aprimora-se e se prepara para ela, e assim a cria.

Annie Arcanjo atribui seu sucesso a Deus, a quem dedica sua missão. Ao arriscar a própria vida se viu fraca, e aí é que se tornou forte, e tudo pôde naquele que a fortalece. Para alguns, como ela, não há limites que cerceiem sua gana em evoluir, ninguém calará a voz que ecoa em si para continuarem a lutar em serem melhores a cada dia. Faça a sua voz ser ouvida!

Foto: Corpo de Bombeiros / MG

Sabrina Campos

Advogada e árbitra

diariodorioresponde@diariodorio.com.br

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