Não apoio o presidente da República, bem como não tenho procuração para defendê-lo. Entretanto, não posso me omitir e nem deixar de comentar sobre todas as notícias veiculadas pela grande imprensa, bem como as atitudes dos ministros “deuses” do STF, e dos congressistas encastelados no Congresso Nacional, que, ao longo do ano passado e dos dias que antecedem a aplicação das vacinas, sejam elas: AstraZeneca/Oxford, Sinovac, Janssen e Pfizer/Biontech/Fosun Pharma, todos opositores do Executivo, politizam essa pandemia.
Fato é que, pressionados politicamente, principalmente pelo governador de São Paulo João Dória, garoto propaganda da China, os “deuses” do STF baixaram a ditadura da caneta e retiraram todos os poderes do Executivo. Estabeleceram que estados e municípios têm autonomia para promover ações administrativas no combate à pandemia originada pelo coronavírus.
A partir daí, o que se viu foi uma avalanche de erros na condução de ações de combate à pandemia, como, por exemplo, os hospitais de campanha, que consumiram milhares de recursos públicos e não atenderam plenamente, ora por falta de equipamentos, ora por falta de mão-de-obra, a população contaminada.
Esses hospitais de campanha serviram para os governantes desviarem recursos públicos e ampliarem a corrupção – vide o prefeito e o governador do Rio de Janeiro.
Não posso deixar de mencionar que, no inicio da pandemia, o então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que é médico, orientou, através da grande imprensa, que todos ficassem em casa e só fossem procurar os hospitais em situação grave, ou seja, quando já não tinha mais como se curar. Foi o famoso “fique em casa”. Essa orientação, concluímos hoje, não foi a mais correta, pois quando o cidadão contaminado procurava os hospitais, já estava com a saúde toda comprometida e havia contaminado a todos em sua residência.
Ora, mandar ficar em casa um cidadão que mora num espaço de 10 metros quadrados, sem água, saneamento básico e sem nenhuma higiene, é assinar a certidão de óbito.
E porque essa orientação foi dada? A resposta é clara: o país não tinha estrutura hospitalar para atender a população, principalmente o povão de baixa renda, carente de plano de saúde.
Mas, voltando à questão das vacinas, agora resolveram politizar as vacinas. Os opositores encastelados no Congresso e no STF, com o apoio de toda imprensa dita burguesa, voltaram suas baterias para o prazo da aplicação das vacinas. Chegam à hipocrisia de mostrar a relação dos países que já estão aplicando a vacina e botando a culpa pela demora no governo, leia-se a Anvisa. Estão dando até ultimato para a Anvisa aprovar as tais vacinas, principalmente a vacina do garoto propaganda de São Paulo, João Dória.
Ora, se os estados e municípios, com o aval dos ministros “deuses” do STF, têm autonomia para prover todo tipo de ações para combater a pandemia, por que então, no caso de São Paulo e demais governos estaduais que aprovaram e até já compraram a vacina chinesa, não iniciam a vacinação?
O governador Dória, o que mais está politizando a pandemia, é um grande espertalhão, pois ele sabe que, se iniciar a vacinação sem o aval da Anvisa, sem comprovar sua eficácia e segurança, o que pode ter efeitos colaterais graves, não ficaria isento de qualquer responsabilidade.
A conclusão que chego é que a hipocrisia, tanto daqueles governadores e dos ministros “Deuses” do STF, opositores do Executivo, não tem precedentes.
Enquanto isso, o povão, o mais atingido pela pandemia, continua aumentando as estatísticas obituárias e servindo de instrumento político contra o Executivo. Assim eu penso.
Carlos Agusto (Carlão)
Sindicalista, advogado e jornalista – MTb 38577RJ