Por: Sabrina Campos (advogada e árbitra)
Em 24 de fevereiro do corrente ano, comemorou-se a conquista do voto feminino, direito assegurado às mulheres desde 1927, pela Lei Estadual nº 660, que tornava o Rio Grande do Norte o primeiro estado a estabelecer a igualdade de gênero para o exercício do voto.
Posteriormente, todas as mulheres do país conseguiriam exercer a sua cidadania através do voto, pelo Decreto nº 21.076/1932. Antes disto, Luíza Alzira Soriano Teixeira, natural de Jardim de Angicos, mudou os rumos da história e foi a primeira mulher eleita para exercer o cargo de Prefeita, no Brasil e em toda a América Latina.
Luíza disputou as eleições de 1928 pelo Partido Republicano, e, com mais de 60% dos votos, tomou posse para a Prefeitura de Lages (RN) em janeiro/1929. Virou notícia no jornal “The New York Times”, nos EUA, e no mesmo ano de sua posse chamava a atenção pela sua firmeza, inteligência e preparo num assunto dantes exclusivamente masculino.
Mulher, filha, esposa, mãe, comandava as atividades da família e da fazenda em que vivia com autoridade e sabedoria. Tornou-se viúva cedo, ainda grávida de uma das filhas, mas a força de seu caráter a impulsionava ao caminho do que poderiam acreditar ser o impossível. E ela conseguiu.
Na Revolução de 1930, perdeu o mandato, mas, logo após a redemocratização, em 1945, Alzira tornou-se Vereadora do município onde nasceu. Foi eleita por mais duas vezes consecutivas, inclusive presidiu a Câmara de Vereadores também mais de uma vez.
É certo que a representatividade feminina na política vem crescendo, embora ainda seja insuficiente. Algumas se destacam na atualidade, como a Deputada Federal Chris Tonietto (PSL/RJ), que também defende a família, e, em especial, mulheres, crianças e adolescentes, nas proposituras que tem feito durante o seu mandato.
Só este ano, em dois meses, mesmo de licença-maternidade, a referida parlamentar cumpriu por exemplo com o PL 434/2021, que institui o Estatuto do Nascituro; o PL 299/2021, a fim de proibir qualquer forma de manipulação experimental, comercialização e descarte de embriões humanos; e o PL 229/2021 para tornar inafiançáveis os crimes relacionados à prática da pedofilia. Faça a sua voz ser ouvida!