Por: Luhan Alves
O Dia Internacional da mulher é celebrado oficialmente no dia 8, mas a verdade é que o respeito e a valorização das mulheres precisam ser todos os dias. E nesta edição, vamos falar sobre o sucesso da árbitra Edina Alves Batista, de 41 anos. Ela se destacou bastante por suas atuações seguras dentro de campo e por ser uma das pioneiras a estar apitando clássicos e jogos do futebol masculino.
Em um ambiente em que ainda se tem uma predominância masculina, que é o futebol, Edina vem fazendo história e ocupando espaços que, para a mulher, é mais difícil. Hoje, ela pertence ao quadro de árbitros da FIFA, conquista importante na carreira de um(a) árbitro(a). No Mundial de Clubes de 2020/21, ela se tornou a primeira mulher a ser árbitra de um jogo masculino da FIFA.
Também brasileira, a auxiliar Neuza Back compôs, ao lado da argentina Mariana de Almeida, o trio 100% feminino que fez história no Catar. Outro marco recente de Edina foi ser a primeira mulher a apitar um Dérbi entre Corinthians e Palmeiras, válido pela 2ª rodada do Campeonato Paulista.
Mas se engana quem acha que Edina começou agora. Ela apita partidas de futebol desde 1999. A brasileira teve sua carreira frustrada no Paraná, tendo que ir para o futsal, por conta da falta de jogadoras. Não havia campeonato feminino profissional no Paraná, então era impossível viver do futebol como jogadora de futebol. Assim, ela se tornou árbitra profissional em 2000 e, desde 2014, atua como árbitro central. Ela já arbitrou uma dezena de jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol desde maio de 2019, quebrando um tabu de cerca de 15 anos, onde uma mulher não apitava jogos do masculino. Ela é mais conhecida na França por ter arbitrado quatro partidas da Copa do Mundo Feminina em 2019, incluindo a semifinal vencida pelos Estados Unidos contra a Inglaterra.
Edina Alves Batista não faz apenas parte da elite da arbitragem feminina, ela também faz parte da elite da arbitragem. No entanto, poucas árbitras têm a oportunidade de estarem atuando em um jogo do futebol masculino. O trabalho da Edina e de muitas outras árbitras precisam ser valorizados não apenas por serem mulheres, mas porque são ótimas profissionais e que cumprem com seriedade a sua função. A discussão precisa ser mudada, as mulheres precisam ocupar os espaços no futebol que os homens já possuem há muito tempo. Claro que é um processo, não vai ser do dia para o outro. Mas é bom ver que a presença feminina está aumentando em um esporte que ainda tem um preconceito e um machismo presente.