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Ativista do Entregadores Antifascistas expõe grave situação de trabalhadores em congresso sobre humanidades digitais

Paulo Galo, ativista do movimento Entregadores Antifascistas, falou sobre a difícil situação dos trabalhadores, agravada durante a pandemia

A situação de total exploração a que são submetidos os trabalhadores que realizam entregas (“delivery”) por meio de aplicativos foi o destaque da abertura do painel “Humanidades Digitais na Realidade Brasileira’, oitavo eixo do II Congresso Internacional em Humanidades Digitais, realizado pela UNIRIO,  Instituto Urca e Associação Brasileira de Humanidades Digitais. O evento, que segue até sexta-feira (16), tem o apoio e a parceria da Casa de Oswaldo Cruz, FGV, IED Rio, UFRJ, Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Concordia e PopLab, entre outras.

Paulo Lima, o “Galo”, liderança do movimento Entregadores Antifascistas falou por cerca de meia hora, expondo as consequências que a aplicação da tecnologia digital por empresas como Uber, Rappi e iFood têm sobre o dia a dia dos motoboys, que se arriscam em alta velocidade pelas ruas das grandes cidades brasileiras, em longas jornadas de trabalho e sem direitos trabalhistas. Ele reforçou que o objetivo do movimento é fazer com que as empresas cumpram a CLT.

Não temos problema com a tecnologia, mas ela está sendo usada para suprimir direitos, deixando um pequeno grupo de empresas mais rico. O cliente acredita que é mágica a comida chegar na porta da casa dele. Aperta um botão e, pronto, está lá um hambúrguer. Ele não pensa que o app tira 30% do dono do restaurante e muitas vezes não paga ao motoboy a tarifa mínima de 5% por entrega”, destacou Galo, que, bloqueado pelas empresas de aplicativos, continua a trabalhar com entregas mas de forma independente.

Além da chamada Uberização nas relações de trabalho, o Eixo Temático 8, coordenado pelos professores Danielle Sanchez, Jair Martins de Miranda e Vagner Diniz, apresentou trabalhos de pesquisadores que buscam refletir sobre questões como a formação e produção acadêmica em Humanidades Digitais (HDs) no Brasil e iniciativas conexas na Ciência da Informação, Comunicação, Antropologia, História e Sociologia; além de estudos aplicados sobre o uso da internet e a inserção das plataformas digitais como recursos para compreender a realidade do país  na era digital.

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