*Por Giovanna Fraguito
Com humor e emoção, espetáculo indicado em três categorias ao Prêmio Aplauso Brasil de Teatro em São Paulo, chega ao Rio de Janeiro com a novidade de uma exposição. A peça aborda a necessidade do desarmamento entre os homens.
Escrito em 1988, o espetáculo “Um Passeio no Bosque, do autor norte-americano Lee Blessing, propõe a ideia de “desarmamento”, e o alerta para que não deixemos rígido o fio que une os extremos, pois se ele romper; não haverá parte; não haverá todo: não mais haverá. Atemporal, já que ainda presenciamos intolerância e violência a partir da pulverização das fake news no Brasil, a peça, que é dirigida por Marcelo Lazzaratto, tem no elenco o ator que participou da primeira montagem deste autor no Brasil nos anos 2000. O texto indicado ao Pulitzer já foi montado em mais de 60 países.
O que faz de um texto de teatro um clássico? Transcender o tempo e o espaço. É quando o particular se torna Universal. Numa época de extremismos político e religioso, o texto de Blessing sobre a amizade entre os opostos, e o desarmamento, seja na esfera nuclear, biológica ou tecnológica; na relação entre dois seres humanos ou em políticas públicas sobre armas, nunca fez tanto sentido. À saída um acordo. Necessitamos acordar – destaca Beto Bellini – ator e idealizador do projeto.
Acompanhada de uma exposição composta por imagens e textos – a ser visitada antes e depois do espetáculo – que pauta como o “desejo pelo poder” nos faz gerar maior capacidade de destruição que de preservação. “Um Passeio no Bosque” traz o encontro entre dois diplomatas representantes de potências adversas em um bosque na Suíça, uma terra de neutralidade e perfeição cívica. E, para chamar atenção do público para a complexidade da relação entre os diplomatas que quase coloca em xeque a humanidade, a peça aposta na simplicidade cênica.
A encenação é pautada no jogo entre os dois intérpretes. Um deles, o mais velho, é um russo, Andrey (Beto Bellini), com larga experiência diplomática, cético em relação ao próprio trabalho, com o entendimento de que as coisas não são exatamente possíveis de serem transformadas, e que a paz é uma constante tentativa e não um êxito a ser alcançado. O outro, que ainda acredita que isso é possível, é um jovem americano idealista, John, com firme crença no poder da diplomacia e em sua habilidade pessoal. As grandes questões da política internacional – a guerra ou a paz – são tratadas pelos dois diplomatas de maneira frustrada pois eles não abrem mão de seus próprios benefícios e suas conveniências momentâneas.
SERVIÇOS:
Temporada até 25/09 – sextas e sábados – sempre às 20h
Valores: R$40,00 / R$20,00
Lotação: 90 lugares
Classificação 12 anos
Vendas pela internet: plataforma INTI (INTI – A primeira plataforma 100% transparente do mercado (byinti.com)