Jornal DR1

Musical infantil dirigido por Karen Acioly volta ao CCBB RJ

A jornada do jovem pescador cego Fabiandro em busca de seu amor desaparecido ‘uma estrela de verdade’, tem mostrado que há muito mais para se ver do que só o que se pode enxergar. Depois de estrear em 2020 e encantar mais de cinco mil crianças e adultos em temporadas nos CCBB do Rio, São Paulo e Brasília e pela internet, o musical infantil dirigido por Karen Acioly volta a ocupar o palco do CCBB RJ durante o mês de outubro. Com patrocínio do Banco do Brasil, o espetáculo tem texto original de Thiago Marinho e Lucas Drummond, que também integram o elenco, e fica em cartaz até o dia 31. No Dia da Criança haverá uma sessão comemorativa, online e gratuita, com audiodescrição e libras.

Por conta da pandemia do coronavírus, as sessões presenciais terão limite reduzido de cadeiras, com limite máximo de 40% da capacidade do teatro. O uso de máscara durante a apresentação será obrigatório.

Foto : Divulgação

O espetáculo tem como protagonista um menino solitário, vivido por Lucas Drummond, que não consegue mais enxergar a felicidade. Ele, então, é convidado por uma ‘mensageira das estrelas’ a voltar o olhar para dentro de si, a fim de entender que há coisas na vida que não podem ser vistas, apenas sentidas.

Karen Acioly, diretora artística do espetáculo, se dedica à autoria de projetos e programas multidisciplinares para infância há 35 anos. Autora de livros, roteiros audiovisuais e diretora de textos teatrais premiados, é curadora internacional de exposições, festivais e idealizadora do FIL – Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens, que acontece há 18 anos.

A saudade é um sentimento muito silencioso no coração de uma criança e precisamos falar sobre isso. Inventamos um espetáculo que olha para o que sente essa criança e que a escute. A música nos guia, em movimentos circulares, através do imaginário de um menino que precisa inventar uma cidade, descortinar os seus véus e viver uma perigosa aventura, para ver o que sente – afirma Karen.

Conduzido pela mensageira, o menino se transforma no jovem Fabiandro, um pescador apaixonado por uma estrela, apesar de nunca tê-la visto. Os dois, pescador e estrela se encontram todas as noites à beira da praia, onde cantam, dançam e se divertem juntos. Ele na terra e ela no céu.

Um dia, porém, a estrela desaparece. Decidido a reencontrá-la, ele parte em uma jornada rumo ao céu. Ao seu lado vai Hortênsia, interpretada por Luisa Vianna, uma menina superprotegida pelas tias que quer, mais que tudo, conhecer o mundo. O que ambos não sabem é que, logo atrás, está o ganancioso casal Prattes, vivido por Diego de Abreu e Thiago Marinho, que planeja roubar a estrela.

O papel da mensageira é encenado por Sara Bentes, deficiente visual com extenso e premiado currículo como atriz, cantora, compositora e escritora. Para ela,

Fazer parte deste musical é um desafio encantador e que me faz crescer muito. Uma felicidade estar num trabalho com tanta beleza e delicadeza. Fazer parte deste grupo é acolhedor, uma alegria.

Para Lucas Drummond e Thiago Marinho, autores da peça, o espetáculo traz uma mensagem de esperança, superação e fala sobre um reencontro com o que perdemos.

Nós perdemos muito nos últimos tempos: amigos, familiares, amores. É como se uma luz em nós tivesse se perdido também, assim como a estrela do Fabiandro. Através deste espetáculo original e brasileiro, nós queremos inspirar o público a reencontrar essa alegria, esse brilho dentro de si, porque acreditamos que é isso que a arte e a cultura fazem. O ‘Pescador e a Estrela’ mostra que sempre há caminhos para não deixarmos essa luz se apagar, por mais difíceis que sejam de enxergar – ressaltam.

A direção de movimento é da atriz e bailarina Moira Braga, também deficiente visual.

Participar de um projeto novo e com essa qualidade de afetos e de talentos, com uma configuração artística que foca na acessibilidade e inclusão, é um presente. Eu me sinto muito honrada de poder atuar onde meu trabalho é reconhecido – celebra Moira.

O projeto se propõe a dar protagonismo à deficiência visual e promover a integração entre artistas cegos e videntes, ampliando a reflexão sobre a acessibilidade dentro das artes cênicas, principalmente voltadas ao universo da infância.

A cenografia de Doris Rollemberg transforma o palco do CCBB no universo íntimo e simbólico do protagonista. O espaço, pequeno e confinado, é cercado por véus, membranas que dificultam a visão, mas que caem quando seu mundo se expande através da sua imaginação.

SOBRE O CCBB

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro ocupa o histórico nº 66 da Rua Primeiro de Março, no centro da cidade, prédio de linhas neoclássicas que, no passado, esteve ligado às finanças e aos negócios.

No final da década de 1980, resgatando o valor simbólico e arquitetônico do prédio, o Banco do Brasil decidiu pela sua preservação ao transformá-lo em um centro cultural. O projeto de adaptação preservou o requinte das colunas, dos ornamentos, do mármore que sobe do foyer pelas escadarias e retrabalhou a cúpula sobre a rotunda.

Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil conta com mais de 30 anos de história e celebra mais de 50 milhões de visitas ao longo de sua jornada. O CCBB é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro e mantém uma programação plural, regular, acessível e de qualidade.  Agente fomentador da arte e da cultura brasileira segue em compromisso permanente com a formação de plateias, incentivando o público a prestigiar o novo e promovendo, também, nomes da arte mundial.

O prédio possui uma área construída de 19.243m². O CCBB ocupa este espaço com diversas atrações culturais, como música, teatro, cinema e exposições. Além disso, possui Biblioteca, além de abrigar o Arquivo Histórico e o Museu Banco do Brasil.

 

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