Ela só tem 16 anos, mas tem um currículo digno dos atores mais experientes da TV. Letícia Braga estreou na dramaturgia aos oito anos de idade, interpretando a fase jovem de Rosália, na novela Dona Xepa, em seguida fez A Regra do Jogo, a série Justiça, ficou em terceiro lugar na Dancinha dos Famosos e dos nove aos 15 anos, interpretou a detetive Sol, da série DPA (Detetives do Prédio Azul), no canal Gloob, que virou febre entre a criançada.
Talentosa e focada, Letícia também já mostrou a que veio na telona. Protagonizou o filme A Menina Índigo, fez uma médium em Codificação Espírita, três filmes do DPA e se prepara para mais um desafio na telona. Em Meninas Não Choram, ela viverá uma adolescente com leucemia.
E não para por aí! Além de atriz, Letícia também é escritora e lançou dois livros. Nesse bate-papo com o jornal DR1, Leticia Braga falou da carreira, dos novos desafios, da adolescência, família e da pandemia.
Jornal DR1- Depois de vestir a capa vermelha por cinco anos, em 2019, você se despediu da Sol. Foi muito difícil se despedir da personagem?
LB- Foi difícil sim! Nós sempre soubemos que esse dia iria chegar. Afinal, eu mesma entrei substituindo a Letícia Pedro, que fez a Detetive Mila na história. Só que deixar uma personagem tão marcante e importante, deu tristeza sim! Mas acho que tudo acontece na hora certa. É hora de novos projetos e de crescer mais como atriz.
Jornal DR1- Quais lições você aprendeu com a Sol?
LB- Alegria, generosidade, confiança!
Jornal DR1- Como foi a transição de criança para adolescente?
LB- Nada fácil, ainda mais durante uma pandemia! Logo no momento em que eu achava que ganharia a liberdade, faria muitas coisas, teria muitos amigos, ficamos presos e isolados.
Jornal DR1- Qual é o lado bom e o ruim da adolescência?
LB- Acho que não tem lado ruim! É um processo, uma fase. E a gente tem que viver com intensidade cada uma delas. Vivi minha infância muito bem e até quando pude. Agora a adolescência, do jeito que dá.
Jornal DR1- Em A Menina Índigo, você interpretou a Sofia, uma menina que via o mundo diferente, de uma forma mais colorida. Como você vê o mundo atual?
LB- O mundo andou meio nublado, cinza. Muito sofrimento, mas acho que agora as coisas estão melhorando. De pouquinho em pouquinho uma cor vem chegando e em algum momento teremos um arco-íris nos fazendo sorrir.
Jornal DR1- Como foi a composição da Sofia?
LB- Muito natural. Eu já era espírita e esse universo já me era familiar. Como eu não tinha muito experiência, o Wagner de Assis, meu diretor, ia me ajudando cena a cena.
Jornal DR1- A Sofia se reaproxima do pai quando ele é chamado na escola. Como é a sua relação com a sua família?
LB- Muito boa! Atualmente meus pais são separados, mas isso é de boa. Minha mãe já casou de novo e o meu padrasto tem uma filha que virou nossa irmã. Meu pai namora e ela é muito legal comigo. Estou rodeada de pessoas que amo.
Jornal DR1- Você escreveu dois livros. Do que eles falam?
LB- O primeiro é o Cabelinhos de Anjo, uma história que inventei numa noite deitada com a minha mãe. Ele fala de como uma menina de cabelos cacheados volta a se amar.
E o segundo, O Que Eu Vou ser Quando Crescer, conta o meu processo de brincadeiras que me levaram a descobrir que eu queria mesmo era ser atriz.
Jornal DR1- Como é a sua relação com as crianças?
LB- Maravilhosa, amo crianças! Tenho paciência e adoro apertar. E elas sempre me retribuem com mais carinho ainda.
Jornal Dr1- No filme Meninas Não Choram, você vai interpretar uma jovem com leucemia. Como está sendo a preparação da personagem?
LB- Estou assistindo alguns filmes sobre o tema. Já visitei a ala de oncologia pediátrica da Santa Casa de Santos e da Casa Ronald MCdonalds. Conheço um pouco dessa realidade. No mais, ainda estou esperando minha diretora, Vivi Jundi, ler comigo o roteiro para combinarmos a composição da personagem.
Jornal DR1- Você vai ter que raspar a cabeça? Está preparada?
LB- Ainda não sei! Hoje em dia existem muitas técnicas e maquiagem para fingir que está com a cabeça raspada, mas se tiver que raspar, tô dentro! Meu corpo é meu instrumento de trabalho. Ele está a serviço da minha arte, das minhas personagens. Vou raspar o cabelo para mostrar de mentira o que tantas pessoas vivem de verdade. Como poderei me importar com isso?
Jornal DR1- O que você aprendeu na pandemia? Para você teve algum lado positivo?
LB- No começo, até estava gostando, porque fazia muito tempo que eu não tinha tanto tempo livre! Depois passei a detestar o EAD! Depois aceitei! Depois foi horrível! Me sentia muito confusa com tudo. A falta de leitos, as pessoas que não se conscientizam com os cuidados, com a vacina, isso me deixou ansiosa. Procurei ajuda e graças a Deus, hoje tudo está mais fácil.
Jornal DR1- Quais são os seus planos para o futuro?
LB- Aprendi que o futuro nem sempre pode ser planejado. Tem muita coisa que não está no nosso controle, que muda a nossa vida. Então não tenho feito muitos planos. Tenho desejos: de fazer uma novela inteira na Globo, fazer uma série de algum streaming e passar no mundo todo, fazer minha festa de aniversário com todo mundo se abraçando e feliz. De estar com quem amo e me ama.