A mudança climática está aumentando os riscos de lesões, doenças e mortes em todo o mundo. No entanto, a associação entre temperatura ambiente e doenças renais não foi totalmente caracterizada.
Entre 2000 e 2015, pesquisadores analisaram prontuários de 1816 cidades no Brasil e cruzaram informações entre temperaturas e doenças renais. O estudo, o primeiro deste tipo no Brasil e um dos mais importantes do mundo foi publicado recentemente na revista digital especializada The Lancet.
Verificou-se na pesquisa que para cada aumento de 1º c na temperatura diária, o as chances de internação por doenças renais aumentou em 0,9% no país. As pessoas com maiores riscos de desenvolverem doença renal são mulheres, crianças de 0 a 4 anos, que são as mais vulneráveis e idosos maiores de 80 anos. O estudo concluiu que 8% das internações renais então associadas ao aumento da temperatura.
Segundo os pesquisadores, o suor provocado pelo calor e a desidratação seriam as principais causas no desenvolvimento de doenças renais ligadas à temperatura.
O aquecimento global afeta a saúde humana de forma profunda e estima-se que 125 milhões de pessoas vulneráveis foram ameaçadas pela exposição ao calor entre 2000 e 2016.
Em 2014 a Organização Mundial de Saúde publicou um relatório apontando que até 2050, algo em torno de 256 mil mortes estarão ligadas diretamente ao aquecimento global.
Mais do que nunca precisamos pensar em estratégias e políticas públicas para prevenirmos internações relacionadas ao calor e principalmente, decorrentes de mudança climática.