Foi, ainda, enquanto estudante de Jornalismo em uma Faculdade no Rio de Janeiro que, em meados do ano de 2010, um dos meus professores, designou que realizasse um trabalho. Neste trabalho tinha como objetivo entrevistar uma personalidade, podendo ser do meio artístico ou não, famosa ou não. Foi então que pensei num nome que cresci ouvindo seu canto. Escolhi uma artista, ao meu ver, completa. Pois, além de cantora, era dançarina, atriz, intérprete única pelo timbre e tessitura vocal- um ser humano especial.
Após escolher entrevista-la, iniciou-se uma busca, praticamente bati de porta em porta para encontrá-la, encontrar seu endereço. E consegui!
Contudo, foi preciso aguardar, pois iriam verificar possibilidades de sua agenda para tal entrevista. Este artista… Esse ser humano era, Elza Soares.
Cativante, carinhosa e extremamente atenciosa, na sua altura quase não cabia sua grandeza, no palco, era uma gigante. Seu estilo, presença, personalidade e, principalmente, a sua história de vida: exemplos de força, coragem e superação.
No dia em que realizei a entrevista, estava tenso com o fato de nunca ter feito isso antes, eu pensava “caramba, vou conversar com a Elza Soares”! Eu, sendo fã, ficava quase que… paralisado. A hora da entrevista chegou. Fiz a apresentação, e logo em seguida soltei um “Senhora Elza” e a resposta foi instantânea: “Senhora está no céu, me chame de você!”. Foi neste momento que Elza me colocou em um lugar de extrema felicidade, me tratando com grande carinho e contando sua história de vida.
Vale destacar que aquela entrevista foi toda realizada via telefone. E, ao final daquele longo e descontraído bate-papo, quase não conseguíamos desligar. Pois, quando eu mandava um abraço, ela mandava dez beijos… Foi assim, por quase 5 minutos. Sim, foi verdade e sem exageros! E é assim que irei lembrar de sua luz, de seu sorriso, de sua voz. Então, apenas me resta dizer: Obrigado, Elza!
Alfinetes
Alfinetes na barra da saia,
Seguravam uma dor.
Espetavam as canelas,
Os espinhos das roseiras.
Não sabia ela,
Elza, que as flores eram
assim.
Quem julgava a garota,
Conhecia um mundo velho.
Seu Ary Barroso,
Esfrega estes óculos,
Foi uma estrela que nasceu.