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Serra: Vale das Videiras – refúgio, entre as montanhas, para quem busca a natureza

No Brasil colônia, e depois no império, as terras do Vale das Videiras, pertenciam a Vassouras, hoje município limítrofe. Sem nenhuma importância econômica para aquela comarca, pois eram impróprias para a cultura do café, essa região tinha importância meramente geográfica, pois era uma das rotas à disposição dos viajantes que vinham e iam para as fazendas e áreas urbanas de Vassouras, Paraíba do Sul, Três Rios, Juiz de Fora e, dali, para seguir para pontos mais distantes, como São João Del Rei, Ouro Preto e Diamantina.

O Bandeirante Garcia Rodrigues Paes, filho do caçador de esmeraldas, teria aberto o “Caminho Novo” entre Rio de Janeiro e Minas Gerais. Tiradentes quando guiava sua tropa, preferia este caminho. Com o passar dos anos, outras trilhas foram sendo formadas. Uma delas, a Estrada do Imperador, passando pelo Rocio, Mata do Rocio, Facão, Vale das Videiras, chegando até onde hoje fica o Município de Paty do Alferes.

Tropeiros, vaqueiros, negociantes, enfim, viajantes de todas categorias e classes sociais faziam este trajeto com ouro, moedas, roupas, sal, farinha e uma infinidade de outras utilidades. Na época das chuvas, diversos trechos viravam atoleiros. Isso impedia a passagem e eram, então, obrigados a esperar que as condições climáticas melhorassem. Com o tempo, foram nascendo pequenos ranchos para abrigá-los durante estes pousos. Com eles currais, cocheiras e estalagens. Depois, surgem fazendas, que além de servir como unidades de produção, passaram a atender, também, às necessidades de pouso, descanso, higiene e alimentação. Desta forma, dentre   outras, as fazendas Bonsucesso, Sant’Anna do Vale, da Cachoeira e do Rocio.

O Vale abrigou um antigo quilombo liderado por Manoel do Congo, capturado e levado para Vassouras, onde foi enforcado em 1839.

Nos últimos anos do império, houve uma tentativa de transformar a região em vinícola, surgindo daí o nome Vale das Videiras. Isto ocorreu com a chegada de imigrantes italianos vindos do Sul da Itália que pretendiam produzir uvas e vinhos em escala comercial. Hoje, o Vale das Videiras é considerado por botânicos, zoologistas e conservacionistas, como um local de preservação ambiental e uma das mais bonitas regiões rurais da serra fluminense. Possui vários atrativos naturais, como montanhas, trilhas, riachos e cachoeiras.  A praça central conta com um coreto, alguns restaurantes, lojas de artesanatos e uma feira de produtos orgânicos, nos finais de semana.

O melhor acesso para se chegar ao Vale das Videiras é pela BR 040, rodovia federal que interliga Rio de Janeiro a Belo Horizonte. Deixando a estrada na saída do km 65, direção Araras, entra-se numa estrada de montanha, asfaltada até o povoado. A estrada ė a RJ 117 que interliga Petrópolis a Paty do Alferes.

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