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Simone, a Cigarra da Bahia

Simone Bittencourt de Oliveira foi a sétima dos nove filhos de Otto Gentil de Oliveira, um cantor de ópera amador, e Letícia Bittencourt de Oliveira, que tocava piano e violão. Nasceu no bairro de Brotas, em Salvador, na Bahia em um dia de Natal, e por isso quase recebeu o nome de Natalina, mas a decisão final foi que seria batizada como Simone. 

Aos dezesseis anos, mudou-se com a família para Santos, no estado de São Paulo, ingressando na Faculdade de Educação Física de Santos (FEFIS), passando a dedicar-se à carreira de jogadora de basquete e de professora de Educação Física. Passou por clubes de cidades paulistas, como o de São Caetano do Sul, jogando com Norminha, Rosália e Delci, vindas do time do basquetebol feminino do Flamengo, que era à base do time. Chegou a ser convocada duas vezes para a Seleção Brasileira de Basquetebol Feminino, mas devido a duas entorses, foi cortada antes do embarque. Na segunda convocação, durante o Campeonato Mundial de Basquetebol Feminino de 1971, ficou no banco de reservas, o que a fez desistir da carreira no esporte.

Depois de desistir do basquete, sua família e amigos a incentivaram a tentar a carreira artística. A partir de contatos que sua amiga e professora de violão, Elodir Barontini, tinha, Simone participou de um jantar na casa do então gerente de marketing da gravadora Odeon, Moacir Machado, o Môa. Ao final do encontro, Simone foi convidada para fazer um teste na Odeon, o resultado foi que a gravadora a contratou por quatro anos, com um disco por ano. O primeiro álbum da cantora, que tem o título de Simone, foi gravado em outubro de 1972 e lançado em 20 de março de 1973. Em São Paulo, Simone estreou no mesmo dia num programa da TV Bandeirantes e de lá não parou mais.

Na voz de Simone, ficaram conhecidos sucessos e versões como “Começar de Novo”, “Então É Natal”, “O Que Será (A Flor da Pele)” e “Iolanda”, além de trilhas de novelas, como a canção de abertura de “Malu Mulher”, exibida pela TV Globo em 1979.

Na história da MPB a tradição romântica foi intensificada nos anos 1980 e os temas de amor romântico e paixão, foram amplamente explorados por diversos cantores e compositores. Simone, que desde o início da carreira interpretou predominantemente canções românticas, figura dentre elas e é por isso elencada na categoria de cantora romântica. O repertório abrange mais de 380 interpretações, um dos mais vastos e diversificados dentre as vozes femininas, compondo um verdadeiro mosaico de estilos. Entre os compositores com interpretações na voz de Simone, estão Ivan Lins, Vitor Martins, Milton Nascimento, Fernando Brant, Paulo César Pinheiro, Gonzaguinha, Chico Buarque, Martinho da Vila, Zélia Duncan e Paulinho da Viola.

Simone nunca se casou nem teve filhos. Assumiu publicamente ser lésbica, tendo convivido durante sete anos na década de 80 com a atriz Ísis de Oliveira, e revelou que na infância sofreu bullying por ser muito magra e alta, com 1,80m aos doze anos. Em 2000 declarou que namorou o cantor Ney Matogrosso nos anos 80 e que já havia tentado ter filhos, mas nunca conseguiu.

Sempre muito reservada em sua vida pessoal e em suas opiniões, a Cigarra tem preservado sua imagem idônea como figura pública, e sempre de uma forma imparcial.

Após a pandemia do COVID-19, Simone se prepara para voltar aos palcos depois de 2 anos afastada presencialmente de seu público, coroando seus 49 anos de carreira, que serão completados em 2022.

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