Em mais uma ação dos auditores fiscais federais agropecuários do Serviço de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão), no último domingo (4) foram apreendidos 5,6 kg de produtos de origem suína produzidos na Rússia, país que no momento tem focos de Peste Suína Africana (PSA), oferecendo grande risco para a entrada da doença no Brasil, erradicada desde o final da década de 1970.
Salames, linguiças e outros produtos derivados de carne suína foram encontradas em bagagem de passageiro vindo da Rússia. Desde que o alerta mundial para o risco do retorno da doença foi emitido em julho do ano passado, quando focos da PSA foram identificados na República Dominicana, o Brasil vem se precavendo para evitar a contaminação de seus rebanhos suínos, assim como outros países.
O Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical) reforça que passageiros vindos de países com focos de doenças e pragas de interesse agropecuário devem sempre ser vistos como alvo da vigilância agropecuária. “Investimentos em inteligência e ferramentas para aprimorar a seleção de alvos são imprescindíveis para o serviço de proteção da produção agropecuária brasileira”, destaca Janus Pablo, presidente do ANFFA. Além disso, alerta para a necessidade de se ampliar o quadro de auditores fiscais federais agropecuários (affas) em todo o país, o que também vai assegurar maior eficiência nessas ações de proteção e defesa agropecuária. Segundo o Sindicato, hoje há uma carência de quase 2 mil affas no Brasil.
A doença afeta somente os suínos. É uma doença viral contagiosa, que não tem cura e nem tratamento, podendo dizimar rebanhos. Além disso, segundo estimativa da Embrapa, se a PSA entrasse no país poderia causar prejuízo de aproximadamente, 5,5 bilhões de dólares, somente no primeiro ano. Por essa razão o Brasil, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), vem realizando forças-tarefas para evitar a entrada da doença em território brasileiro, que pode ocorrer a partir de um minúsculo pedaço contaminado de derivados da carne suína vinda de outros países.
O Brasil é hoje o quarto maior produtor de carne suína no mundo (4,4 milhões de toneladas), tendo como maior compradora a China, que continua se posicionando como principal importadora e produtora da carne suína. A União Europeia lidera a exportação mundial.