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Escravidão e racismo (parte2)

No Brasil – a escravidão atingiu milhões de indígenas e africanos por mais de 300 anos. O tráfico negreiro comercializados com os europeus eram transportados em navios chamados de tumbeiros.

A partir do século XV, o comércio de escravos no continente africano se transformou em um negócio de proporções gigantescas. Esse negócio se estabeleceu no período das grandes navegações, durante as expedições de exploração do oceano Atlântico realizadas pelos portugueses ao longo do século XV.

A relação comercial entre os europeus consolidou uma classe de comerciantes especializados na obtenção de prisioneiros e na sua revenda como escravos. Antes da colonização, milhares de africanos já haviam sido enviados para Lisboa e Sevilla, onde se  realizava todo o tipo de trabalho.

O tráfico de escravos estimulou as lutas internas no continente africano, e alguns povos com maior capacidade militar passaram a usar dessa força para subjugar povos mais fracos, a fim de revendê-los como escravos.

O comércio de escravos com os europeus contribuiu para a centralização política da África, motivando os reinos que dominavam a captura e venda de escravos se tornassem forças hegemônicas.

Assim, antigas práticas de integração foram sendo substituídas por práticas que visavam à maior obtenção de pessoas para serem vendidas como escravas. À medida que o comércio de escravizados se intensificou, foi necessário buscar prisioneiros mais longe do litoral. Os prisioneiros obtidos eram levados até a costa oeste africana caminhando e eram mantidos em estado de debilidade para evitar fugas.

Estima-se que, ao longo de mais de três séculos de comercialização de escravizados no continente africano, cerca de 12 milhões foram trazidos para a América, de diferentes regiões da África Central e Ocidental.

A questão da escravidão chegou ao EUA na Guerra de Secessão (Guerra Civil Americana), que aconteceu entre os estados do Norte e os estados do Sul, de 1861 a 1865. Esse conflito foi iniciado quando os estados do Sul separaram-se da União e formaram os Estados Confederados da América. A Guerra de Secessão foi motivada também pela divergência que havia entre os dois grupos a respeito da abolição da escravatura e da extensão dos novos territórios que estavam sendo ocupados no oeste.

A abolição da escravidão nos Estados Unidos foi decretada em 1º de janeiro de 1863 com a Lei de Emancipação dos Escravos e foi reafirmada com a promulgação da 13ª Emenda Constitucional em 1865, após o fim da guerra. A Secessão oficialmente terminou em maio de 1865, com a derrota dos sulistas, sua reintegração à União e com a abolição definitiva da escravidão no país.

Muito embora a escravidão nos EUA tenha sido abolida, várias manifestações, umas pacífica e outras violentas na luta pelos direitos humanos  e de igualdades entre brancos e os pretos das comunidades negras, até hoje os negros são severamente discriminados pelo racismo que está enraizado na sociedade americana.  Resguardando as devidas proporções, o racismo ainda faz partes de conceitos sociais de diversas nações e sociedades organizadas,  principalmente àquelas predominantemente branca.

Em 28 de agosto de 1963, ocorreu a Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade, uma gigantesca manifestação reunindo 250.000 pessoas pelo fim da segregação racial e em defesa dos Direitos Civis dos negros nos Estados Unidos.

Luther King foi o último orador. Tendo às suas costas a imponente estátua de Abraham Lincoln, o Grande Emancipador, Luther King usou seus talentos retóricos que ele desenvolvera como pastor batista para enfatizar que o “negro ainda não é livre”. Pronunciou, então o seu célebre discurso I Have a Dream (“Eu tenho um Sonho”).

“Eu tenho um sonho que um dia “que a Glória do Senhor será revelada e todos os seres a verão conjuntamente. E quando acontecer, quando ressoar a liberdade, quando a liberdade ressoar em cada vila e em cada lugarejo, em cada estado e cada cidade, anteciparemos o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, juntarão as mãos e cantarão as palavras de Deus.”

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