Que o plástico tornou-se um material importante em escala mundial e onipresente em toda vida humana, você já sabe. A sua produção anual saltou de 2 milhões de toneladas em 1950 para atuais 400 milhões de toneladas ano. Deste montante, quase 12 milhões de toneladas de plásticos por ano chegam nos oceanos, o que equivale a um caminhão por minuto descartando lixo nos mares. O seu uso generalizado está expondo a todos nós a subprodutos como os microplásticos, que já estão sendo achados, inclusive em nossos órgãos como em nossos fígados, por exemplo. Já comemos o equivalente a um cartão de crédito por semana . A ingestão destes microplásticos chegar a ocorrer inclusive pela inalação, uma vez que eles se misturam às partículas de poeiras no ar. Este uso generalizado do resulta em acúmulo em aterros, lixões e no próprio meio ambiente, uma vez que muitos são descartados pelas pessoas na natureza.
A sua acumulação é preocupante porque eles carregam toxidades que podem impactar em nossa saúde e na saúde dos demais seres vivos. Os plásticos mais comuns encontrados em organismos marinhos e em nossas células são compostos de polietileno, policloreto de vinila e polipropileno.
Pesquisa publicada recentemente na Revista digital Polymers, apresentou pela primeira vez um resultado alarmante sobre a presença de microplásticos no leite materno. Foram coletadas amostras de leite de 34 pacientes e em 26 amostras, ou 76%, foram constatada a presença de microplásticos. Os pesquisadores anotaram as bebidas e alimentos que as mães consumiam e se tinham embalagens plásticas, além de produtos de higiene pessoal. Não foi encontrado conexão entre estes produtos e as partículas achadas no leite materno, levando à crença que a exposição deles em nosso ambiente nos deixa cada vez mais vulneráveis. Em 2020, uma pesquisa detectou a presença em placentas humanas também de microplásticos, o que demonstra que os produtos químicos que ingerimos podem ser transferidos para os recém-nascidos.