Na tarde desta quarta-feira (9), o Jornal DR1 esteve na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), para conversar com a deputada estadual Martha Rocha (PDT).
Em seu gabinete, a parlamentar recebeu a equipe do jornal, falou de sua trajetória antes da política, sua entrada na vida parlamentar, além claro de contar sobre projetos passados e futuros.
Martha Rocha foi eleita nas eleições de novembro deste ano para o seu 3º mandato como deputada estadual, ela foi escolhida por 61.767 votos.
A íntegra da entrevista você acompanha em breve nas redes sociais do Jornal DR1.
Biografia
Primeira mulher na história a chefiar a Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha nasceu em 30 de abril de 1959. Passou a infância e a juventude, na Penha, bairro do subúrbio, onde se instalaram seus pais portugueses (Emília e Horácio) vindos de uma aldeia de Trás-dos-Montes.
Devota de Nossa Senhora, filha do meio de três irmãos, cresceu e se formou professora. Chegou a lecionar alguns anos para alunos do antigo primário (hoje ensino fundamental), mas logo uma nova paixão apareceu na sua vida. Entrou para a Polícia Civil aos 23 anos, derrubando muros erguidos num ambiente profissional, até então, predominantemente masculino.
Na Polícia Civil, em 1983, foi trabalhar como escrivã de polícia na 4ª DP, na Praça da República, no Centro, onde não havia banheiro feminino. Começava ali a sua luta pela garantia dos direitos da mulher: após a sua perseverança, o toilette foi instalado. Sua alma feminista sempre foi muito forte em tudo que fez.
Sete anos depois, já graduada bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), se tornou delegada. Passou por várias unidades e participou decisivamente do projeto de criação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs).
Em 1993, com apenas três anos no cargo de delegada e um ano após ter sido vice-presidente da Comissão da Segurança Pública da RIO 92, Martha atingiu o seu primeiro feito inédito. Para a contrariedade dos delegados que a ela ficariam subordinados, se tornou, aos 33 anos, a primeira mulher a chefiar o Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE).
O órgão coordenava todas as delegacias especializadas, como, por exemplo, as de combate ao tráfico de drogas, ao roubo a banco e ao sequestro. Os homens ameaçaram entregar os seus cargos, mas acabaram permanecendo nos seus postos, sob o comando da delegada Martha Rocha, do alto do seu 1,52 metro de altura.
Depois ocupou outros cargos importantes na Polícia Civil até que, em fevereiro de 2011, entrou para a história como a primeira mulher a assumir a Chefia da Polícia Civil.
Sua gestão ficou marcada, principalmente, pela criação da Cidade da Polícia, a retirada de circulação dos principais criminosos do estado à época, a melhoria do atendimento ao público nas delegacias, a intensificação das ações de prevenção à violência contra a mulher, a ampliação do serviço de registro de ocorrência online, além do reajuste do auxílio alimentação dos policiais civis, uma antiga reivindicação da classe.
Em 2014, foi eleita pela primeira vez deputada estadual e, na Alerj, assumiu a presidência da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia. Em 2019, começa o seu segundo mandato na Alerj.
Ficha limpa, autora de 62 leis, seu mandato é voltado principalmente para a área de segurança e para defesa das mulheres. Martha Rocha, por exemplo, é autora da lei que isenta de pagamento de ICMS policiais civis e militares, bombeiros e agentes penitenciários na compra de uma arma. Também são suas as leis que multa homens que desrespeitam os vagões femininos no trem e metrô e a que obriga o governo do estado a acelerar a concessão de pensão a familiares de agentes de segurança mortos em serviço.