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“O Baterista” continua sendo um sucesso no Shopping da Gávea

“O Baterista”, personagem do ator Antônio Fragoso no monólogo de Celso Taddei, com direção de Diego Molina e assistência de Alexandre Regis, vem sendo um sucesso no Teatro dos 4, no Shopping da Gávea.

O espetáculo ficará em cartaz até 8 de dezembro, com sessões às quartas e quintas-feiras, às 20h, lembrando que no dia 07/11, terá um intérprete de libras.

O grupo – que tinha até filmado o espetáculo – chegou a pensar em fazer temporada on-line, como tantas outras peças, mas a experiência não seria a mesma. A bateria proporciona uma pulsação que seria perdida se o espetáculo não fosse ao vivo. “É importante a peça ser presencial, pois é uma experiência sonora única”, explica Molina.

“O Baterista” é uma comédia dramática musical. A história passa-se durante uma aula de bateria ministrada por um músico excêntrico, que vive um relacionamento afetivo em crise e é obrigado a encarar uma aula repleta de alunos exigentes pouco tempo depois de se separar da mulher. Com a cabeça na lua, ele se esquece da aula e se surpreende com a quantidade de pessoas que aparece na sua garagem – sua sala de aula improvisada. Mas o dia não vai ser fácil: sua bateria está completamente desmontada; e o lugar, todo bagunçado.

Durante a aula, o baterista organiza as coisas, ao mesmo tempo em que se vê às voltas com a ex-mulher, com quem troca diversas mensagens nas redes sociais. Como ainda é apaixonado por ela, o baterista transborda todas as suas emoções diante dos alunos, usando seu instrumento musical para expurgar suas desventuras e decepções, em cenas ora divertidas, ora comoventes.

O público acompanha a história da bateria – esse instrumento fascinante! – contada pelo músico, desde a percussão dos homens das cavernas até o rock’n’roll, passando por vários estilos como jazz, bebop, folk, blues, entre outros ritmos. Para ilustrar melhor sua aula, o baterista executa seu instrumento para tocar músicas de bandas e artistas famosos.

Ágil e divertido, o texto inédito de Celso Taddei também fala da relação do baterista com os outros músicos de uma banda, que muitas vezes deixam de valorizá-lo por considerá-lo um tipo inferior de músico, já que trabalha com percussão, e não com harmonia propriamente dita. Assim, o espetáculo faz um paralelo entre o preconceito que muitas vezes a música não erudita/não europeia tem com músicas consideradas “periféricas”, vindas da África e do Oriente. A bateria representa, na verdade, uma junção de diversas influências, de diversos lugares do planeta, a ponto de hoje ser um elemento fundamental na nossa cultura.

A peça toma como inspiração dois monólogos clássicos – “O contrabaixo”, de Patrick Süskind, e “Os malefícios do cigarro”, de Anton Tcheckhov – para criar um texto original e voltado para o público brasileiro, de todas as idades.

“O Baterista” é o resultado da união de quatro artistas que há anos vêm desenvolvendo trabalhos juntos no meio audiovisual e que agora constroem um espetáculo inteiramente artesanal; com grande pesquisa estética, musical e artística; e comprometido com o público.

 

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