Jornal DR1

Haveres

HÁ COISAS QUE NÃO SE EXPLICAM

Pois nunca serão palavras

Há palavras que não se vivem

Porque a palavra não é a coisa.

Entre olhares que se entrecruzam

A VIDA QUE NÃO SE EXTINGUE

Vira palavras que não se usam

Porque a palavra

é a matéria

da ilusão

de um limite.

Entre as bocas que não se beijam

Nem sempre há vontades no vazio

Mas sempre há o dizer ou o silêncio

Dos seres, que de tão distantes,

Nos limites

se abraçam.

Por isso sempre o limite

Antes de um dizer tão singelo

Porque se os limites são infinitos – como todas as coisas

Não há distâncias entre as bocas que dizem beijos

e as que os calam.

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