O Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro, recebe a exposição Margens, do fotógrafo francês Ludovic Carème.
São 68 fotografias em preto e branco que retratam a realidade de comunidades do Brasil, com populações ribeirinhas da Amazônia e favelas do Rio de Janeiro e São Paulo. A exposição ficará no museu até 26 de março.
O fotógrafo morou no Brasil por mais de 10 anos, nos anos 2000, e já fotografou refugiados de guerra da Bósnia, imigrantes do Mali na França e haitianos na República Dominicana, na década de 1990, sempre com seu estilo sensível e contemporâneo.
“Margens” é dividida em três séries. Começa com “Favela Água Branca”, uma ocupação urbana na margem do Rio Tietê, em São Paulo, onde as lentes de Ludovic evidenciam o cotidiano de uma comunidade condenada à destruição pela especulação imobiliária. Em sua maioria trabalhadores, essas pessoas aparecem em retratos de corpo inteiro. A mostra aborda também a São Paulo de 2012, maior megalópole da América do Sul, com espaços abandonados que se transformam em ruínas em uma cidade onde moradores de rua se escondem do olhar e do frio da cidade.
Retratista de estrelas internacionais como John Malkovich, David Lynch, Woody Allen, e no Brasil, Milton Nascimento, Ruth de Souza e Oscar Niemeyer, Ludovic explica que, ao chegar no Brasil, mergulhou na fotografia documental.
A curadoria é de Christian Caujolle, crítico de fotografia de renome internacional.