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Serra: Caminho do Imperador – A primeira via de ligação entre o Rio de Janeiro e as Minas Gerais

Os percursos das antigas estradas de penetração do território fluminense tiveram grande importância como vetores do povoamento e desenvolvimento da região do Vale do Paraíba. A história da colonização do Vale teve parte dela escrita através desses caminhos que abrangem desde a expulsão de índios nativos de suas terras, ao transporte do ouro, ao estabelecimento da cultura do café, ao surgimento e enriquecimento das famílias dos “Barões do Café” e as modificações sócio econômicas e culturais que passou a região. Por esses caminhos passaram tropeiros, viajantes estrangeiros, comerciantes, naturalistas, escritores e aventureiros, todos impulsionados pelos mais diferentes motivos.

Localizado entre os municípios de Miguel Pereira, Paty do Alferes e Petrópolis, no encontro das duas mais importantes áreas de Mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro; as florestas da Serra dos Órgãos e do Tinguá. Foi a primeira via construída, no século XVII, que ligava o Rio de Janeiro e as Minas Gerais e muito utilizada, entre outros, pelo Imperador Dom Pedro II, no início do Ciclo de Ouro, para alcançar as Minas Gerais. Por esta razão que a via ficou conhecida por “Caminho do Imperador”. Devido ao seu relevo o local foi denominado “Mar de Morros” e na sua região mais alta (1.100 metros de altitude) se encontra a “Mesa do Imperador” pedra de onde é possível avistar, em dias claros, a Ponte Rio-Niterói e o Cristo Redentor.

No início o Caminho do Imperador só podia ser percorrido à cavalos com várias passagens que ligavam Paty do Alferes a Córrego Seco. Mas com a criação de Petrópolis, em 1843, e, com a chegada dos primeiros imigrantes alemães, surgiu a necessidade de uma estrada melhor que pudesse abastecer a colônia e facilitar no transporte de produtos, em menor tempo, estimulando, com isso, a fabricação de carruagens. A obra foi concluída em 1858, com uma distância de 33km a partir da Estrada do Contorno.

Esses caminhos que ligaram o interior ao litoral promoveram uma unificação cultural e de esforços que resultaram na ocupação e no desenvolvimento de uma vasta região onde se instalaram fazendas, ranchos, pousos e vendas. Nesta época teve início, também, a atividade administrativa pública organizada, com emprego de funcionários para o controle da zona mineira, tais como fiscais, carregadores, meirinhos (antigos magistrados de nomeação régia, correspondentes ao atual Oficial de Justiça), criação dos registros ao longo dos caminhos, monetarização da economia com a criação da moeda, das Casas de Fundição e por fim  o surgimento de uma classe média mais sólida, ao lado de outras como mineradores, artesãos, administradores e comerciantes.

O Caminho do Imperador é perfeito para as pessoas que gostam de pedalar e tem disposição para o desafiador trajeto íngreme e com muitas ondulações. Para aqueles que curtem a natureza encontrarão um cenário exuberante de muitos riachos e cachoeiras espalhados ao longo do caminho.

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