Jornal DR1

Ars Gratia Artis: O cachorro que se recusou a morrer

“O cachorro que se recusou a morrer” foi a minha primeira impressão sobre peças feitas por monólogo; não haveria obra melhor para me introduzir ao conceito – em carne e osso! 

Samir Murad, além de provar suas amplas capacidades de produção na escrita, atuação e produção (ao lado do espetacular Delson Antunes), também revela maestria em cada centímetro do que trabalhou durante sua íntima performance; a história é emocionante, do começo ao fim, fazendo com que a audiência sinta na pele muitas das dificuldades pelas quais passaram tantos imigrantes libaneses, como de todas as pátrias tão suas, tão outras… destes e de tantos outros tempos.

Mesmo equalizando as estórias nas histórias num tom constante de melancolia, Samir faz questão de energizar a plateia com sua linguagem corporal temperada com um humor renitente, perfeitamente oportuno, num ‘timing’ irretocável.

 Os métodos utilizados para a progressão da peça são minimalistas e surpreendentes, usufruindo bastante da repetição criativa e da metalinguagem – que o ator manifesta, suavemente. Seu talento singular cativa a audiência. 

Suas experiências e a forma como elas são tratadas, faladas e expressadas tornam esse monólogo único e uma excelente primeira impressão para um dentre tantos caminhos do mundo teatral. “O cachorro que se recusou a morrer” é uma experiência extremamente pessoal e emotiva que vale cada segundo!

Bernardo Marinho Sampaio é escritor, autor de ‘Os Devaneios de um Homem Louco’, publicado pela Editora ZMF em parceria com o Jornal DR1

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