A frustração resulta de se buscar a satisfação onde ela não está
‘Nietzsche, importante filósofo alemão que viveu no final do século XVIII, afirmou: “Nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo”.
Quando iniciamos a nossa vida, temos a necessidade de pertencer a alguém para estruturarmos nossa identidade.
Somos “da mamãe”, “do papai”, “da vovó e do vovô” e é isso que nós dá a segurança necessária para caminhar rumo a um “ser” independente.
Diversos aspectos, prioritariamente culturais, tornam complicada a transição do “ser de alguém” para o “ser alguém”, e podemos observar que a maioria das pessoas chega à fase adulta sem finaliza-la, com uma sensação de “incompletude”.
Uma expressão comum para caracterizar o par amoroso é “a outra metade da laranja”.
Também é usual a menção à busca de alguém que nos “complete”.
Nessa situação, dedicamos boa parte da vida adulta à tentativa de preencher esse vazio existencial, seja através de outra pessoa, seja mediante a acumulação de bens.
Dependemos de “pertencer” e de “ter” para “ser”.
É triste constatar que esse caminho será, necessariamente, infrutífero. Pertencer e possuir não darão conta de completar-nos, ainda que momentaneamente possam oferecer a sensação de que o “vazio” foi preenchido.
O “outro” a quem escolhemos pertencer nos frustra permanentemente. Os bens acumulados nunca são suficientes.
Quanto antes tenhamos consciência de que a resposta não está “fora” de nós, mais tempo teremos para trilhar os caminhos “internos” que nos levarão a encontrar o que nos falta’.
KUSHI
Michio Kushi foi um educador japonês que ajudou a introduzir a macrobiótica moderna nos Estados Unidos no início dos anos 1950. Ele deu palestras em todo o mundo em conferências e seminários sobre filosofia, desenvolvimento espiritual, saúde, alimentação e doenças.