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“Uma política pública de incentivo à literatura, a leitura. Eu me questiono muito o porquê não há esse tipo de incentivo ao livro brasileiro.”

O autor baiano, radicado no Rio de Janeiro, Luís Alves Lomanth, recentemente lançou o seu sétimo livro com o título A Ilha do Medo, pela editora portuguesa Astrolábio Edições. Lomanth é autor de sete livros do gênero policial. É jornalista e atuou em vários jornais e emissoras de TV. Foi chefe de reportagem da TV Globo Rio. Atualmente, Lomanth comanda o jornalismo da TV Literária e do jornal impresso Ilha Repórter, na Ilha do Governador. Ainda neste semestre, o autor irá a Portugal (Lisboa) para lançamento do seu livro que por sinal está tendo uma boa aceitação por lá e em países da África, como Angola e Cabo Verde. No Rio de Janeiro à venda nas livrarias Atlântico (Brasil e Portugal), Ponte (Niterói) e Travessa (Rio).

Jornal DR1: Como começou a ideia o Jornal Ilha Repórter?

Luís Alves Lomanth: Quando eu saí da Rede Globo, eu senti que a Ilha do Governador precisava de uma mídia que focasse na população insulana, que focasse na literatura e cultura da Ilha do Governador, que sabemos que é muito rica.

Jornal DR1: Sabemos que o senhor é muito ligado a literatura, pode contar a inspiração para o seu livro A Ilha do Medo?

Luís Alves Lomanth: Na verdade, eu escrevi sete livros, a Ilha do Medo o sétimo. Eu escrevi a primeira versão da Ilha do Medo quando eu tinha quinze anos de idade, e vim publicar em 1976, quando eu o registrei na Biblioteca Nacional. Ele tinha cerca de 60 a 80 páginas. Eu resolvi no ano de 2007 começar a reescrever esse livro, mesmo título mas com outra história, pois o primeiro livro se situava apenas na Bahia, eu sou baiano, e eu tinha medo da Ilha do Medo, porque meus pais e as pessoas no geral passavam para gente a superstição que envolve ela. Então eu pensei assim: vou aproveitar e usar como pano de fundo o cenário do Rio de Janeiro, reescrever e colocar o mesmo título, introduzindo apenas o artigo no início, ficando A Ilha do Meio.

Jornal DR1: O senhor tem por opinião de que há uma barreira para que materiais literários produzidos nacionalmente tenham grande repercussão para o público em geral. Em sua opinião o que faz esse impedimento e o que falta para que tais obras cheguem ao grande público?

Luís Alves Lomanth: Uma política pública de incentivo à literatura, a leitura. Temos leis que poderiam beneficiar escritores, editoras e outros envoltos à área da literatura presas no Congresso. Não há vontade dos deputados aprovarem leis como essa. Eu me questiono muito o porquê não há esse tipo de incentivo ao livro brasileiro.

Jornal DR1: Como o senhor disse anteriormente, já possuí em sua carreira sete livros publicados, e o oitavo preparando-se para sair. Qual foi o livro que mais lhe marcou e por que?

Luís Alves Lomanth: A morte usa batom. Eu procuro ser verossímil com todos os meus textos. Quem lê o livro vai saber que realmente existiu aquele caso. Eu acho que a verossimilhança é uma forma boa de se trabalhar, fugir um pouquinho do ficcional e mesclar com a realidade, e nesse livro em específico foi uma história em que me marcou muito por eu, na época em que eu o escrevi, praticar um jornalismo em que apurávamos os fatos presencialmente nas delegacias de polícia.

Jornal DR1: Luiz, o senhor informou que trabalhou na REDE GLOBO. Como foi essa passagem?

Luís Alves Lomanth: Eu trabalhei 15 anos na Rede Globo. Eu saí na época para ir para a TV Manchete, pois me ofereceram um “caminhão de dinheiro” e um ano depois ela fechou. Eu comecei numa TV filiada à Globo na Bahia, e depois recebi o convite para trabalhar aqui no Rio e vim sem pensar. Eu sou de uma época que não era obrigatória fazer faculdade de Jornalismo, eu vim fazer minha faculdade muito tempo depois por uma questão de honra. Eu já trabalhei também na TV Record e SBT, mas com certeza a mais marcante foi a TV Globo, onde atuei em várias partes, inclusive no programa Bom Dia Rio.

Jornal DR1: Já pensou em fazer uma biografia?

Luís Alves Lomanth: Nunca pensei em fazer uma biografia, sempre gostei mesmo de escrever romances policiais.

Jornal DR1: O senhor já realizou vários feitos na sua vida. O que o senhor gostaria de realizar de novo e deixar como legado?

Luís Alves Lomanth: Eu costumo dizer que se eu parar um dia eu vou morrer. A pandemia prejudicou muito o nosso trabalho, mas já chegamos a fazer a Semana do Livro Carioca, para incentivar autores cariocas expondo suas obras. Eu estou com um novo projeto que é a Semana do Livro Brasileiro, para incentivar autores de outros estados também.

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